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SERVIÇOS, INDÚSTRIA E CONSUMO DAS FAMÍLIAS TIVERAM QUEDA RECORDE NO PIB

Redação - 01/09/2020 09:27

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um tombo histórico de 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus, segundo divulgou nesta terça-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária teve alta de 0,4%. “Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB nacional”, destacou o IBGE.

A retração dos serviços e da indústria foi a maior já registrada em toda a série histórica do PIB, iniciada em 1996. O tombo de 12,5% no consumo das famílias – principal motor do PIB há anos – também foi recorde.

Veja os principais destaques do PIB no 2º trimestre:

  • Agropecuária: 0,4%
  • Indústria: -12,3%
  • indústria extrativa: -1,1%
  • indústria de transformação: -17,5%
  • construção civil: -5,7
  • Serviços: -9,7%
  • Comércio: -13%
  • Consumo das famílias: -12,5%
  • Consumo do governo: -8,8%
  • Investimentos: -15,4%
  • Exportação: 1,8%
  • Importação: -13,2%

Após despencar 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, o PIB brasileiro registrou taxa de crescimento de 1,3% em 2017 e em 2018, desacelerando para um ritmo de 1,1% em 2019. Se no começo do ano, a economia já mostrava perda de fôlego, agora, com o choque provocado pela pandemia, a retomada deverá demorar ainda mais para ser alcançada. A avaliação dos economistas é que a economia brasileira só deverá recuperar o patamar pré-pandemia em 2022.

A queda recorde em apenas um trimestre supera a perda acumulada em qualquer uma das últimas 9 recessões que o Brasil passou nos últimos 40 anos. Na recente crise de 2014-2016, o tombo foi de 8% no acumulado em 11 trimestres, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), que considera que o Brasil entrou em recessão já no 1º trimestre. Já na recessão de 1981-1983, a perda foi de 8,5% em 9 trimestres. Segundo a economista Luana Miranda, do Ibre/FGV, a perda acumulada nos 2 primeiros trimestres de 2020 é de 11,9%, o que já faz desta a recessão mais profunda desde a década de 80.

Mesmo com a reação já observada em setores como comércio e indústria, ainda há muitas dúvidas sobre o comportamento da economia nesta reta final do ano em meio ao encerramento ou enxugamento de medidas de alívio dos reflexos da pandemia no país, desemprego em alta, preocupações sobre o rumo das contas públicas, além de incertezas sobre a evolução da pandemia. De qualquer forma, a avaliação no momento é que o PIB deverá voltar para o azul no 3º trimestre, tirando assim o país da recessão técnica.

A estimativa atual do mercado é de um tombo de 5,28% do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Mesmo com a melhora das previsões nas últimas semanas e redução do pessimismo, ainda deverá ser de longe o pior desempenho anual já registrado pelo IBGE.

Foto: divulgação

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