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JORNAL A TARDE – ARMANDO AVENA: A CLASSE QUE SE DEU BEM NA PANDEMIA

Redação - 27/08/2020 06:51

A pandemia não atingiu a todos de forma homogênea. Alguns setores, como o ramo de supermercados, farmácias e outros, elevaram suas vendas, enquanto outros, como turismo, bares e restaurantes e varejo, foram fortemente afetados e ainda lutam para se recuperar. Sob o ponto de vista da renda, deu-se o mesmo movimento, alguns segmentos viram sua renda mensal desaparecer, outros passaram a ter um importante auxilio emergencial do governo e houve ainda aqueles que economizaram e muito com a Covid-19.

 A maior parte dos  trabalhadores que conseguiram manter seu salário durante a pandemia, vai sair dela em situação financeira melhor do que entrou.  A explicação é simples e tem a ver com o isolamento social, que tirou as pessoas das ruas e com isso houve uma redução significativa em suas despesas, de tal modo que no fim do mês o salário passou a sobrar. Para essas famílias, a pandemia representou uma redução drástica de despesas com combustível, de gastos com restaurantes, bares e entretenimento e de compras de todo tipo que foram suspensas pela impossibilidade de ir às ruas comprar ou consumir.

Com isso, formou-se para essas famílias, ao longo de 5 meses, uma poupança forçada que agora pode transformar-se em consumo e impulsionar a economia. É nessa faixa de renda que os agentes econômicos, empresários e comerciantes, precisam começar a atuar, facilitando e estimulando o consumo de bens duráveis, de viagens para o pós pandemia, de serviços e mesmo a compra de imóveis, já que, frente a baixa taxa de juros ora em vigor, o mercado imobiliário tornou-se uma alternativa, não apenas de consumo, mas também de investimento.

Essa poupança forçada abre espaço também para o investimento no setor produtivo e para a abertura de novas frentes na economia, já que não dá mais para viver de renda com juros de 2% ao ano, a pandemia não vai durar para sempre e  as oportunidades estão voltando a surgir. Nessa mesma linha, abre-se, por outro lado, uma perspectiva de incremento na atividade econômica via consumo com a prorrogação do auxilio emergencial e sua substituição pelo programa Renda Brasil, que vai colocar mais dinheiro na mão dos brasileiros e isso se transformará inevitavelmente em consumo e em maior atividade econômica.

Essa é, portanto, uma nova forma de ver o atual estágio da economia brasileira, que não pode estar centrado na recessão que já aconteceu, mas é passado, e tem de estar focada nas oportunidades de negócios que vão marcar a economia no último quadrimestre do ano e em 2021.

                           COVID19: ERRO ESTATÍSTICO

As estatísticas de Covid-19 no Brasil viraram piada. Esta semana, segundo os dados do Consórcio de Veículos de Imprensa, a Bahia e o Rio de Janeiro atingiram recordes de mortes em 24 horas. Mas isso só aconteceu no papel e na TV, pois a taxa de ocupação das UTIs desses estados está em torno de 55%, não há pressão no sistema de regulação e há ociosidade nos hospitais. Qual a explicação? As secretarias de Saúde dos Estados estão lançando diariamente no sistema, mortes ocorridas há 30, 60 e até 90 dias atrás e os veículos de imprensa divulgam essa informação como se fossem mortes nas últimas 24 horas. As duas informações precisam ser divulgadas separadamente, senão – adeus credibilidade.

                                       O ÚLTIMO BANCO DA BAHIA

A Bahia sempre teve tradição na área bancária, desde 1834 quando foi criado o primeiro banco privado do país, a Caixa Econômica da Bahia, que depois transformou-se no Banco Econômico. Depois, em 1858, surgiu o Banco da Bahia, peça fundamental em nossa economia e que hoje é controlado pelo Bank of Communications, uma das instituições financeiras mais antigas da China. A especialização baiana nas finanças foi desaparecendo, mas o antigo Banco Nacional da Bahia, fundado em 1965 e controlado por tradicional família baiana, permanecia funcionando com o nome de Banco Capital. Mas o último banco da Bahia foi vendido esta semana para uma fintech, a Social Bank, com sede em Uberlândia.

 

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