O preço da energia elétrica é considerado “caro” ou “muito caro” por 84% das residências brasileiras, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O resultado mostra uma estabilidade em relação aos patamares observados desde 2015, depois de um salto frente a 2014 (67%), primeiro ano do levantamento. Os dados revelam que 55% dos consumidores atribuem o preço caro da energia à elevada carga de impostos e taxas na conta de luz. Já para 28% dos entrevistas, o motivo é a falta de concorrência no mercado.
As residências não têm acesso ao ambiente de contratação livre (ACL), ou “mercado livre”, no qual a unidade consumidora pode escolher seu fornecedor de energia. Em relação às pesquisas de anos anteriores, aumentou a percepção de que o custo caro da energia está associado à falta de concorrência de mercado. Dos entrevistados, 90% disseram que querem ter a possibilidade de escolher seu fornecedor de energia. Seis em cada 10 manifestaram a intenção de trocar de empresa fornecedora se o mercado de energia fosse livre. O fator determinante para a escolha da empresa é o preço, mostra a pesquisa.
A estudo também questionou os consumidores sobre o interesse em gerar energia na própria casa. Dos entrevistados, 90% disseram que gostariam de gerar energia na própria casa a partir de fontes renováveis. Porém, 57% não querem pagar mais para caro para “subsidiar” a geração renovável em outras residências. A pesquisa ouviu 2 mil consumidores em todo o país entre os dias 24 de março e 1º de abril. Por causa da pandemia, a coleta foi feita por telefone, e não em domicílio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil