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“DOLEIRO DOS DOLEIROS” É CONDENADO A 13 ANOS DE PRISÃO

Redação - 17/08/2020 18:21

O doleiro Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, foi condenado pela Justiça Federal do Rio a 13 anos e 4 meses de prisão em regime fechado no processo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato no Rio, pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele foi absolvido da acusação de evasão de divisas.

A sentença foi publicada nesta segunda-feira (17) pelo juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio. O juiz não permitiu que Messer recorra em liberdade, e determinou a expedição de mandado de prisão após a pandemia da Covid-19.

Em nota, a defesa de Dario Messer informou que foi celebrado um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal, já homologado pela justiça.

 

Réu em outras ações

Messer ainda é réu em outras duas ações penais, decorrentes das operações Câmbio, Desligo e Patrón, que tramitam na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Na última quarta-feira (12), mesmo dia em que teve a delação premiada homologada, o doleiro foi reinterrogado no processo da Operação Marakata e mudou a versão dada no primeiro depoimento.
No interrogatório, pela primeira vez, Messer confessou que realmente foi o “dono” da mesa de câmbio paralelo operada pelos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Barboza, o Tony, no Uruguai.
A operação Marakata foi realizada em setembro de 2018, e prendeu 5 pessoas de forma preventiva.

Segundo as investigações, a empresa Comércio de Pedras O. S. Ledo usou os serviços de Messer para enviar ilegalmente 44 milhões de dólares ao exterior, entre 2011 e 2017.

O Ministério Público Federal (MPF) apontou que os doleiros Juca Bala e Tony, que trabalhavam na mesa de câmbio de Dario Messer no Uruguai, abriram contas no Panamá para receber pagamentos da empresa, que vendia esmeraldas e pedras preciosas para empresários indianos.

As pedras eram extraídas de minas de Campo Formoso, na Bahia.
Segundo a denúncia, os dólares ocultos no exterior eram trazidos para Brasil, mas não eram declarados. O MPF ainda diz que o dinheiro era utilizado para pagar garimpeiros e atravessadores com os quais a empresa negociava as pedras.

As investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro apontam que o esquema de câmbio paralelo – chefiado por Messer – movimentou US$ 1,6 bilhão em operações ilegais de câmbio em 52 países.

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