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QUEIMADAS NO PANTANAL SUPERA AGOSTO DE 2019

Redação - 15/08/2020 16:00 - Atualizado 15/08/2020

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou mais focos de queimadas nos primeiros 13 dias de agosto deste ano no Pantanal do que durante o mês inteiro de 2019. É menos da metade do tempo, mas o número absoluto já apresenta uma alta de 53%. Desde o dia 1º deste mês, em 2020, são 2.578 pontos de calor. Em todo o mês de agosto do ano passado foram 1.684, de acordo com a base do Inpe. Queimadas em julho superam mesmo período de 2019 e Amazônia teve dia com recorde de focos dos últimos 15 anos para o mês

Neste ano, o bioma registrou o maior número de focos de incêndio para julho desde o início das medições do Inpe – 1.684 pontos de calor, contra 494 no mesmo mês de 2019. No acumulado do ano, entre os dias 1º a 13 de agosto de 2020, a alta é de 240% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. A contagem entre 2018 e 2019 do mesmo período já estava alta: 431%.

A comparação entre os números absolutos de queimadas entre biomas mostra que a Amazônia tem o maior número de focos. No entanto, a floresta amazônica no Brasil representa uma área mais de 30 vezes maior do que a do Pantanal. Já o número de focos não acompanha a extensão: é apenas 4 vezes mais alto.

E o Pantanal precisa da floresta: pesquisadores relacionam o aumento das queimadas na região também ao desmatamento na Amazônia – é da floresta que vem a maior parte da umidade que alimenta o Pantanal, explicam. Os números confirmam o problema: as áreas de desmatamento aumentaram 34,5% no período de um ano, de agosto de 2019 a julho de 2020.

“Essa baixa quantidade de chuvas fez com que nós tivéssemos, este ano, a menor cheia dos últimos 47 anos. E, segundo as nossas estimativas, é bem provável que nós teremos também a maior seca desse mesmo período”, disse Carlos Padovani, da Embrapa, ao Jornal Nacional.

A floresta lança no ar a umidade que é levada pelas correntes até esbarrar na Cordilheira do Andes. Volta, então, distribuindo chuva para toda uma região que vai até o Sul do Brasil. Quando esse maciço verde começa a ser fragmentado, não lança tanta umidade assim e falta chuva no Centro-Oeste. “Nestas condições, não ocorre a recarga dos aquíferos que viabilizam o retorno dessa umidade estocada na bacia para a formação de nuvens. Então, se a chuva de 600 milímetros acontecesse somente em outubro e novembro, os demais meses ficam secos e a estiagem será maior”, também explicou Ivan Bergier, da Embrapa.

Foto: divulgação

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