Em junho, o volume do setor de serviços na Bahia cresceu 3,7% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Foi o segundo resultado positivo consecutivo (havia aumentado 4,6% de abril para maio), após três quedas (-0,1% em fevereiro, -7,2% em março e -21,5% em abril), informa a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (13) pelo IBGE.
Apesar dos dois aumentos seguidos, os serviços baianos ainda acumulam forte retração desde que se iniciou o isolamento social para combater a pandemia da Covid-19. Nos quatro meses entre março e junho, o setor acumula queda de 21,0% no estado.
De maio para junho, o desempenho dos serviços na Bahia (3,7%) ficou abaixo do verificado no Brasil como um todo (5,0%). Nessa comparação, 21 das 27 unidades da Federação mostraram avanços, com destaque para Amapá (8,8%), Amazonas (8,3%) e Pará (6,8%). No outro extremo, Rondônia (-4,3%), Tocantins (-4,2%) e Espírito Santo (-3,2%) tiveram as quedas mais acentuadas.
Na comparação com junho de 2019, o setor de serviços baiano apresentou nova queda acentuada (-23,1%), bem maior que a nacional (-12,1%) e a terceira mais intensa entre os estados – acima apenas de Alagoas (-33,1%) e Rio Grande do Norte (-25,7%). Nesse confronto com o mesmo mês do ano passado, apenas Rondônia (1,3%) teve alta no setor de serviços.
Foi o terceiro pior resultado para a Bahia, nessa comparação, desde que se iniciou a série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, em 2011. Ficou acima apenas do verificado em abril (-30,2%) e maio (-27,0%) deste ano.
Registrando apenas resultados negativos neste ano, frente aos mesmos períodos de 2019, o setor de serviços na Bahia acumula recuo de -16,5% no primeiro semestre de 2020. É o pior primeiro semestre para o setor no estado, desde o início da séria da PMS, em 2011, e o 2º pior desempenho dentre as 27 unidades da Federação, à frente apenas de Alagoas (-17,8%). No país como um todo, os serviços acumulam queda de -8,3% no primeiro semestre, com resultados positivos apenas em Rondônia (3,7%).
Nos 12 meses encerrados em junho, os serviços baianos também seguem em baixa (-9,9%). Um desempenho bem inferior ao nacional (-3,3%) e o terceiro recuo mais profundo entre os estados.
Desempenho por grupos de atividades
O forte recuo no volume do setor de serviços baiano em junho, frente ao mesmo mês de 2019 foi resultado de quedas em quatro dos cinco grupos de atividades investigados pelo IBGE.
O único segmento com resultado positivo no mês foi o de outros serviços (1,5%), que reúne uma grande variedade de atividades, nem sempre relacionadas entre si, como intermediação imobiliária, administração de condomínios, serviços de apoio à agropecuária, corretagem de seguros e previdência privada, entre outras.
O segmento vinha de quedas seguidas desde janeiro e ainda acumula retração de -19,1% no primeiro semestre de 2020.
Assim como ocorre desde março, as duas atividades que mais contribuíram com a queda geral do setor de serviços na Bahia, em junho, foram os serviços prestados às famílias (-75,5%) e os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-22,8%), que também tiveram os dois recuos mais profundos no mês.
Ainda assim, ambos os segmentos caíram um pouco menos em junho do que haviam caído em maio (-76,0% e -26,1%, respectivamente).
Foto: Elza Fiúza /Agência Brasil