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BERNADO DE MENEZES – TURISMO E O SENTIDO AMPLO DA PALAVRA SANEAR

Redação - 10/08/2020 14:18

Não são poucas as atividades que vivem o angustiante vai-não-vai ditado pela dança dos números da Covid-19, ora baixando, ora subindo, a depender dos níveis de incidência em cada momento e lugar. Claro, voltar à normalidade é tudo o que se quer nestes meses de aperto. Neste cenário, é péssimo para o Brasil o nó cego no quesito saneamento. Há países em pior situação ainda.

No turismo, também é grande a ânsia de acordar do pesadelo e começar a sanear as contas. Os veículos especializados noticiam a todo momento verdadeiras forças-tarefa e suas medidas contra este dasafio à economia global. O objetivo é um só: correr atrás do grande prejuízo. Mas, ainda não dá para tranquilizar de verdade milhões de potenciais consumidores.

O que todos já sabem, a Covid-19 evidencia: investimentos em água e esgoto são essenciais. A simples lavagem de mãos (ato que está na linha de frente do combate ao vírus) é uma realidade distante para ao menos 40% da população mundial. Não ter acesso a água e sabão é algo inaceitável para a ex-relatora especial da ONU sobre água e saneamento, Catarina de Albuquerque (hoje dirigente da iniciativa Saneamento para Todos, no Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef).

Em entrevista ao jornal ONU News, Catarina bateu na velha tecla da falta de vontade política. Metade da população brasileira não tem acesso à rede de esgoto. Trocando em miúdos, é preciso atacar prioridades, investir bem onde é necessário, sanear a forma de governar. Eis aí o nosso nó! Na pegada de que promoção de saúde envolve direitos e investimentos, Catarina lembrou que a crise atual deve (também) “provocar uma reflexão generalizada sobre as leis de mercado e sobre os direitos humanos”. Nossa Constituição assegura isso… direitos.

Só o setor de cruzeiros marítimos gera mais de US$ 150 bilhões por ano e emprega no mundo cerca de 1,17 milhão de pessoas direta e indiretamente, segundo a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros (Clia – sigla em inglês). As armadoras gigantes do setor têm o desafio de fazer funcionar bem protocolos de segurança que vão desde a fase da reserva, do embarque, passando por todos os aspectos da convivência a bordo até o desembarque.

Mas, seria ótimo se todos os desafios do turismo se restringissem só a isso. A pandemia e o confinamento em boa parte do mundo causaram perdas de US$ 320 bilhões para o turismo mundial só entre janeiro e maio, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), que tem sede em Madri. Para esta agência, pertencente à ONU, isto é mais do que o triplo das perdas registradas no turismo internacional durante a crise econômica global de 2009.

 

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