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SEM FIOL, MINERADORA TEVE QUE FAZER MAIS DE MIL VIAGENS DE CAMINHÃO PARA MOVIMENTAR CARGA

Redação - 07/08/2020 09:00 - Atualizado 07/08/2020

Para movimentar as 44 mil toneladas de minério de ferro pelo terminal portuário do estaleiro Enseada, em Maragogipe, a Brazil Iron precisou viabilizar mais de mil viagens de caminhão entre os 450 quilômetros que separam Piatã do porto no Recôncavo. Somando tudo, daria para dar 11 voltas no planeta Terra. Essa situação poderia ser evitada, lamenta o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, se a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) já estive pronta. “Já se vão dez anos que a Bahia clama por essa ferrovia e o processo segue parado no TCU (Tribunal de Contas da União”, lembra. “Transportar de caminhão é caro, demorado, desgasta as estradas e polui muito mais do que se fosse transportado por trem. Tudo isso poderia ser evitado se a Fiol estivesse pronta.”, defende Tramm.

As obras da Fiol, que vai de Caetité a Ilhéus, já estão 80% concluídas. A liberação para conclusão aguarda há dois anos parecer do ministro do TCU, Aroldo Cedraz. Interessados diretos no início da operação na ferrovia, como a CBPM, o vice-governador João Leão e as federações baianas das Indústrias, da Agricultura e do Comércio tem cobrado insistentemente uma posição do ministro, até agora sem sucesso. Em entrevistas recentes, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, tem dito que só depende do TCU para fazer a licitação para conclusão do trecho I. Freitas defende a obra como prioritária, pois já conta com investidores interessados e carga garantida.

A capacidade de carga estimada para o trecho I da Fiol é de 60 milhões de toneladas por ano. Só a Bamin, que possui uma mina pronta para operação em Caetité, pretende transportar 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, um terço da capacidade da ferrovia. Com a demora na liberação das obras, a mineradora também está buscando alternativas e também investe numa operação em pequena escala, através da Enseada. Serão 800 mil toneladas, 4% do que poderá fazer com a Fiol.

A RHI Magnesita, que possui uma unidade em Brumado e é uma das arrendatárias do Porto de Aratu-Candeias, vai investir cerca de R$ 283 mil em melhorias na infraestrutura do Terminal de Graneis Sólidos. Especificamente na casa de transferência e no carregador do navio, segundo informações da Codeba. A empresa recebeu autorização da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários para realizar os investimentos em caráter de urgência.

Foto: divulgação

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