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BEIRUTE: EXPLOSÃO DEIXA AO MENOS 135 MORTOS E 5 MIL FERIDOS

Redação - 05/08/2020 14:20 - Atualizado 05/08/2020

O Líbano amanheceu de luto nesta quarta-feira, um dia depois da grande explosão que atingiu a região portuária de Beirute na terça-feira — começando com uma detonação menor e seguida por outra maior, de cor alaranjada — deixar ao menos 135 mortos e cerca de 5 mil feridos, segundo o ministro da Saúde. De acordo com a Cruz Vermelha, as equipes de resgate enfrentam dificuldades para ajudar todos os que precisam e realizam buscas por cerca de 100 desaparecidos.

A região próxima ao porto, cheia de restaurantes e casas noturnas, foi arrasada. Várias áreas residenciais na vizinhança predominantemente cristã também foram atingidas. Nas pilhas de escombros, equipes de resgate, voluntários e famílias buscam os desaparecidos. Os desabrigados, segundo o governador de Beirute, Marwan Aboud, podem chegar a 300 mil, e os danos materiais devem ultrapassar US$ 3 bilhões.

Ainda não se sabe a causa da detonação, que as autoridades afirmam ter acontecido em um armazém onde estavam 2.750 toneladas de nitrato de amônio, produto altamente tóxico usado na produção de fertilizantes e explosivos. Informações preliminares apontam para negligência no armazenamento do material, que estava guardado no porto havia seis anos. De acordo com fontes do governo, todos os funcionários do porto responsáveis pelo armazenamento e pela segurança do material foram postos em prisão domiciliar nesta quarta-feira. Não há detalhes sobre o número de pessoas e seus cargos.

Sabe-se que um navio que fazia uma rota entre o porto de Batumi, na Geórgia, e Beira, em Moçambique,  carregando a mesma quantidade do produto, teve sua carga confiscada pelas autoridades libanesas no fim de 2013. A firma de advocacia responsável pelo caso disse que o nitrato de amônio teria sido descarregado em um armazém no porto após ordens judiciais no ano seguinte. O chefe do porto de Beirute, por sua vez, disse que a Alfândega enviou diversas cartas solicitando a remoção ou a exportação do produto, mas não obteve resposta.

Em discurso pela TV nesta quarta, o presidente Michel Aoun prometeu transparência nas investigações. Na véspera, via Twitter, havia dito ser “inaceitável que um carregamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio estivesse há seis anos em um armazém sem as medidas de segurança adequadas”. — [Estamos] determinados a investigar e expor o que aconteceu o mais rapidamente possível, responsabilizar os culpados e os negligentes e sancioná-los com as punições mais severas — disse Aoun.

O governo decretou estado de emergência na capital por duas semanas. Durante este período, um “poder militar supremo se encarregará de todas as prerrogativas de segurança”. Segundo o Ministério da Informação, também foi determinado que as Forças Armadas garantam que ninguém tente alterar o marco zero da explosão. Uma grande explosão abalou nesta terça-feira (04) uma região portuária em Beirute, capital do Líbano, dias antes do julgamento pelo assassinato do ex-primeiro ministro Rafik Hariri, em 2005

Uma grande explosão abalou nesta terça-feira (04) uma região portuária em Beirute, capital do Líbano, dias antes do julgamento pelo assassinato do ex-primeiro ministro Rafik Hariri, em 2005. Ainda há dois focos de incêndio na região portuária, e o governo diz que não há indícios de que a explosão tenha relação com atividades terrroristas. As explosões foram ouvidas até em Chipre, a pouco mais de 200km da costa libanesa. Segundo os sensores do Instituto Geológico dos Estados Unidos, a detonação equivaleu a um tremor de 3,3 pontos na escala Richter.

Foto: divulgação

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