A produção da indústria brasileira cresceu 8,9% em junho, na comparação com maio (8,2%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira, 4 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a segunda alta seguida, mas ainda insuficiente para reverter a perda de 26,6%, acumulada pelo setor nos meses de março e abril, após o início do isolamento social para controle da pandemia de Covid-19.
Apesar do crescimento, a produção está abaixo do que operava em 2019. Na comparação com junho do ano passado, o setor recuou 9,0%. A indústria registrou recorde negativo no fechamento do segundo trimestre deste ano (-19,4%). No acumulado do primeiro semestre, caiu 10,9%, e no ano, recuou 5,6%, queda mais elevada desde dezembro de 2016 (-6,4%).
Em junho, o avanço foi generalizado, em todas as grandes categorias econômicas e em 24 dos 26 ramos pesquisados. A alta de 8,9% foi a maior desde junho de 2018 (12,9%), quando o setor retomou a produção logo após a greve dos caminhoneiros. Mesmo com o desempenho positivo em junho deste ano, a indústria ainda está 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Entre as atividades, o destaque positivo é, mais uma vez, de veículos automotores, reboques e carroceiras, que avançou 70,0% em junho, puxado, principalmente, por carros e caminhões. Esse setor acumulou expansão de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim está 53,7% abaixo do patamar de fevereiro. Outro destaque positivo veio de outros equipamentos de transporte, que cresceu 141,9%. Motocicletas tiveram expansões desde maio, 57%.
Indústrias alimentícias e derivados do petróleo têm queda de 1,8%
Por outro lado, as indústrias de alimentos e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram 1,8% em junho. Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis caem após expansão de 16,3% em maio, quando a atividade interrompeu três meses de consecutivos de queda na produção, que acumularam perda de 20,1%.
Grandes categorias também crescem
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (82,2%) e bens de capital (13,1%) registraram taxas positivas mais acentuadas em junho do que em maio, indo para o segundo mês seguido de expansão na produção e acumulando nesse período avanços de 287,4% e 47,3%, respectivamente. Mesmo com resultados positivos, esses segmentos ainda estão bem abaixo do patamar de fevereiro (-40,1% e -27,1%).
Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (6,4%) e de bens intermediários (4,9%) também tiveram taxas positivas em junho, com ambos avançando abaixo da média da indústria (8,9%), mas marcando o segundo mês consecutivo de crescimento na produção e acumulando nesse período ganhos de 17,7% e 10,7%.
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