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AFILIADA DA GLOBO IGNORA LEI DE ESTABILIDADE E DEMITE MAIS DE 20 FUNCIONÁRIOS

admin - 04/08/2020 14:02 - Atualizado 04/08/2020

Uma das principais afiliadas da Globo, a Rede Vanguarda demitiu mais de 20 pessoas na última segunda-feira (3) e ignorou a estabilidade prevista na Medida Provisória 936. Os funcionários tiveram seus salários reduzidos em 25% durante três meses e deveriam ter de volta o pagamento integral e o emprego garantido pelo mesmo período. Em vez disso, emissora de Boni na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, preferiu pagar indenização e rescindir os contratos.

Ao Notícias da TV, o dono da Vanguarda, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, minimizou o corte anunciado ontem e afirmou que as demissões estavam dentro do programado. “[Está havendo] demissões e admissões. Dentro do fluxo normal. O nosso turnover [rotatividade] é em media 20 pessoas anualmente. 10% da folha [de pagamento]. Esse ano o número foi mantido só que concentrado em um mesmo período”, explicou.

O ex-todo-poderoso da Globo disse ainda que a lei foi respeitada. “Nem poderia ser diferente porque o Ministério Público do Trabalho não a aceitaria. Saem agora mas recebem até o tempo determinado pela lei. Provavelmente até outubro como disposto. Confundem com a extensão do prazo que se refere aos que continuarem trabalhando com desconto, o que não é o caso deles. E ainda estendemos prazo de plano de saúde até o final do ano. E assumiremos casos de emergência”, declarou.

Boni afirmou que não haverá mais desligamentos. “As dificuldades são passageiras e são as mesma que a maioria das atividades está sofrendo. Mas a Vanguarda investirá esse ano em outras tecnologias devido em alterações do comportamento do mercado”, completou.

Entre os demitidos, 12 são jornalistas: uma editora, duas produtoras e um editor de imagens. Além deles, o âncora Carlos Abranches, que tinha 25 anos de emissora, e mais três repórteres, entre elas Karen Schmidt, que fazia entradas no Jornal Nacional e trabalhava na Vanguarda desde 2001.

De acordo com uma pessoa próxima a funcionários da emissora, a alegação da direção foi a crise financeira instaurada por causa da pandemia do novo coronavírus, que reduziu anúncios e receitas.

A Vanguarda já havia feito acordo para reduzir os salários dos funcionários durante três meses. Quando o prazo finalizou, houve o corte dos 22 colaboradores. “Demitiram antes dos três meses de estabilidade. E decidiram pagar a indenização”, afirmou uma fonte ao Notícias da TV.

Nos bastidores, a decisão causou indignação, já que funcionários avaliaram que a decisão da direção foi cortar profissionais dos mais qualificados. “[As críticas] foram principalmente por causa [da demissão da] Karen Schmidt. Ninguém da chefia foi cortado, nem algumas pessoas menos produtivas e com salários altos também”, completou.

Foto: tv globo

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