O governador Rui Costa informou nesta segunda-feira (03) que a Bahia terá uma frustração de arrecadação de receita de R$ 3,5 bilhões neste ano. Só no primeiro semestre, o saldo negativo foi de R$ 2,5 bilhões, em decorrência do isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus.
Em entrevista à rádio Bandeirantes (SP), Rui afirmou que os efeitos da suspensão das atividades econômicas por causa da pandemia vão se arrastar até o ano que vem. “Mesmo em 2021, os estados e a própria União sofrerão queda de arrecadação em função da retomada da economia ser lenta, pois não teremos ainda, no início de 2021, toda a população mundial e brasileira vacinada e isso trará reflexo no consumo e na atividade econômica, portanto, de fato, só dá para falar de uma retomada plena da arrecadação em 2022”, comentou.
Questionado sobre um possível retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ele respondeu: “A questão da CPMF é um debate longo e eu me somo aqueles que identificam essa contribuição, não como uma forma de garantir arrecadação ou a sustentação de estados, municípios ou da União, mas sim como um bom formato ou um percentual muito pequeno que garanta controle de operações financeiras”, defendeu.
O governador destacou ainda que o crime organizado utiliza o sistema financeiro para fazer movimentações e o imposto seria útil para rastrear esse dinheiro e movimentações ilegais. Mas retomar o imposto sob a ótica da arrecadação é algo que ele não concorda. “É um tributo cumulativo e tem um peso grande no sistema produtivo”, criticou.
A proposta de criação da nova CPMF é do governo federal e está em análise. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta convencer o presidente Jair Bolsonaro a enviar o projeto ao Congresso com a possibilidade de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda da pessoa física, hoje em R$ 1,9 mil por mês.
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