As mulheres empreendedoras negras são o segmento mais afetado pela pandemia do novo coronavírus entre todos os grupos de empreendedores brasileiros. Essa é a realidade detectada a partir de uma pesquisa feita pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o levantamento, os pequenos negócios liderados por mulheres negras representam a maior proporção entre as empresas que ainda permanecem com a atividade interrompida, são o grupo com maior dificuldade de funcionar de forma virtual e reúnem a maior proporção de empreendedores que tiveram crédito bancário negado em razão do CPF negativado.
A pesquisa ouviu 6.470 donos de pequenos negócios de todos os estados do país e Distrito Federal, entre os dias 25 e 30 de junho. Os dados mostram que enquanto 36% das empreendedoras negras estão com a atividade interrompida temporariamente, essa proporção cai para 29% entre as empresárias brancas e 24% entre os homens brancos (entre os homens negros, essa proporção é de 30%).
Essa dificuldade enfrentada pelas mulheres negras para manterem suas empresas em atividade é explicada, em parte, pelo fato de que os seus negócios só conseguem operar de forma presencial (27%). Entre as mulheres brancas essa proporção cai para 21% e entre os empreendedores brancos esse segmento representa 20% (entre os empresários negros esse percentual é de 25%).
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil