O deputado federal Elmar Nascimento (DEM) negou que a causa da saída de seu partido do bloco parlamentar do Centrão na Câmara tenha sido motivada por atrito e afirma que motivo foi meramente protocolar. A declaração foi dada hoje (28), em entrevista a Rádio Metrópole. “Regimentalmente, a Câmara nos impõe que, no início de todo ano, a gente faça um bloco para definir a participação na Comissão Mista de Orçamento. Por causa da quantidade de partidos, nenhum tem direito de indicar sozinho o seu representante. Esse bloco serviu para isso. O PSDB já saiu, o PSL e o Republicanos também, mas não teve essa repercussão. Houve um ruído na condução do plenário com o Fundeb e foi interpretado pela imprensa que a saída do grupo poderia ter sido motivada por um atrito, mas nada disso aconteceu”, explicou o parlamentar.
Elmar também rechaçou a ideia de que o Democratas compunha o chamado “Centrão” e disse que a saída do bloco não vai mudar as posições tomadas pela legenda no Congresso. “Vamos continuar a tocar a agenda econômica.”. “É uma coisa que a gente rebate completamente. O Centrão foi um grupo de partidos políticos que não tem viés ideológico e deu sustentação a todos os governos. O DEM não se inclui nisso, porque fizemos oposição durante todo o governo do PT. Agora, nós apoiamos o governo de Michel Temer e hoje nós damos sustentação à gestão de Jair Bolsonaro em tudo que diz respeito às políticas liberais”, afirmou ele.
O deputado ainda reconheceu que o presidente errou em alguns momentos na conduta de enfrentamento à pandemia de coronavírus e disse que os estados e municípios precisam “unir forças” no combate à doença. “Houve vários equívocos da política do governo federal, eles deveriam ter centralizado as ações junto a governadores e prefeitos. Agora, a situação do Brasil é muito ruim, precisamos unir forças, no sentido de votar matérias que permitam que o Executivo enfrente a pandemia no quesito saúde, mas que estimule a retomada do crescimento econômico”, disse.
Foto : Matheus Simoni/Metropress