O presidente do PT em Salvador, Ademário Costa, procurou, ontem, a Tribuna para rebater a informação vazada por fontes da própria sigla de que não haverá busca por diálogo com os pré-candidatos Olívia Santana, do PCdoB, e Niltinho, do PP. A dupla decidiu selar uma aliança e está irredutível na ideia de seguir com a campanha até o final, sem buscar o apoio da chapa encabeçada pela pré-candidata Major Denice Santiago. “Muito pelo contrário, o PT vai conversar com todo mundo”, declarou Costa, para a reportagem. Ele aproveitou para adiantar alguns detalhes sobre como estão as articulações no momento, ressaltando que o senador Jaques Wagner terá protagonismo nas tratativas.
“Temos a concepção que a melhor estratégia eleitoral vai ser aquela que melhor organizar a intervenção coletiva dos partidos que fazem parte da base aliada do governador Rui Costa e que lutam por uma mudança do atual grupo político que está à frente da Prefeitura de Salvador. E essa estratégia passa por evitar uma dispersão, ter uma estratégia comum, baseada nos pontos programáticos convergentes”, rebateu Ademário. “É importante conversar com todo mundo. O PT não se furtará a fazer diálogo com qualquer um dos partidos políticos”.
Ademário, no entanto, não revela quando, como e com quem serão feitas essas conversas. Fontes apontam que as primeiras tratativas começam ainda hoje e contarão com os caciques dos partidos da base de sustentação do governo Rui Costa. Ele revelou, porém, que as tratativas ficarão a cargo do senador Jaques Wagner – que vinha declarando a interlocutores que precisava da autorização de Rui para coordenar as eleições. “Essas articulações serão feitas com a orientação do governador Rui Costa e a partir da liderança central do senador Jaques Wagner”, revela. “O que eu posso lhe falar é que Rui está envolvido nas ações de garantia da vida das pessoas e o senador Wagner, que é o grande decano dessa aliança que governa a Bahia, estará nos representando nessa construção com as direções partidárias”.
O presidente garante que os bastidores estão bem adiantados, mas que as formalizações acontecerão mais para a frente. Segundo ele, a estratégia comum não significa que todos estarão na mesma chapa, mas que todos se organizarão em até três frentes políticas com o mesmo objetivo: garantir derrotar os candidatos governistas e vencer a eleição. Ele nega que haja definição sobre qual partido ou candidato ocupará a vice. “Ainda é necessário ter um pouco de cautela”, declarou.
Nesta passada, em entrevista à Tribuna, o deputado federal Bacelar (Podemos) cobrou do governador Rui Costa (PT) uma postura de líder do grupo político na organização de um projeto de oposição para a disputa das eleições municipais de Salvador. Segundo o parlamentar, que também é pré-candidato a prefeito da capital baiana, tem faltado conversa entre os partidos do grupo. “Cada um tem uma ideia, mas precisamos sentar. Os partidos que têm militância em Salvador precisam sentar para conversar. […] Acho (sobre Rui participar mais das discussões). Ele ou quem ele delegar”, completou.(TB)
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