A cidade de Salvador já atingiu o pico de mortes e de casos por Covid-19 e todos os indicadores mostram que a pandemia está sob controle na cidade. O único indicador que ainda mostra resistência é a taxa de ocupação das UTIs, mas este parâmetro é influenciado por pacientes de outros municípios que chegam a Salvador. Estima-se que 40% dos pacientes das UTIs públicas na cidade venham de outros municípios.
O número de mortos por Covid-19 em Salvador está caindo há duas semanas consecutivas e os números parecem indicar que o pico de casos e de mortos na cidade ocorreu no São João, na semana entre 19 e 25 de junho. Desde então o número de mortos vem caindo. O número de casos na cidade também atingiu o pico naquela semana, mas a mudança que a Secretaria de Saúde do Estado fez na forma de contabilizar o número de casos de Covid-19, agregando casos de semanas anteriores, distorceu a estatística (Veja aqui). Ainda assim é nítido que a pandemia está refluindo na cidade, inclusive com a taxa de ocupação das UTIs particulares se reduzindo. Como vem acontecendo em vários estados, a capital atingiu a estabilidade de casos e mortes muito antes do interior, onde os casos estão se alastrando em proporção acelerada.
Todos os números demonstram que Salvador está pronta para a reabertura da economia, dando início imediatamente a Fase 1 de retomada das atividades econômicas proposta pelo governo do Estado e pela Prefeitura de Salvador, baseada em protocolos técnicos e recomendados mundialmente. Nesse sentido, a decisão do Prefeito ACM Neto de protelar a reabertura é cautelosa e compreensível, se for vista pelo lado da situação estadual, mas termina por colocar o excelente trabalho que ele fez na cidade na dependência dos números estaduais.
A decisão tomada pelo governador Rui Costa e pelo Prefeito ACM Neto de só liberar a reabertura da economia quando houver a queda da taxa de ocupação das UTIs para um patamar inferior a 75% dos leitos é uma política adequada em termos estaduais, mas em termos municipais leva o município de Salvador a um sacrifício maior do que o necessário. É verdade que com isso o Prefeito ACM Neto prioriza a cautela e coloca o sistema de saúde da capital para salvar vidas de pessoas infectadas que estão vindo do interior. É uma política de Estado, mas que sem dúvida adia por tempo indeterminado a retomada dos negócios em Salvador, cuja economia precisa reabrir urgentemente para assim salvar empresas e empregos. (EP-13/07/2017)