O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,68% na Região Metropolitana de Salvador no mês de junho. O resultado veio depois de duas deflações seguidas (-0,16% em abril e -0,47% em maio) e ficou bem acima também da variação de junho de 2019 (0,01%).
A inflação de junho na RM Salvador (0,68%) foi a segunda mais elevada dentre os 16 locais investigados pelo IBGE, menor apenas que a alta registrada na Região Metropolitana de Curitiba/PR (0,80%). Ficou também significativamente acima da inflação do país como um todo (0,26%).
Dos 16 locais investigados, 15 tiveram aceleração na inflação na passagem de maio para junho, ou seja, tiveram índices maiores em junho do que em maio. As maiores acelerações ocorreram justamente nas RMs Curitiba (-0,57% em maio e 0,80% em junho) e Salvador (-0,47% e 0,68%, respectivamente).
Em junho, 4 das 16 áreas tiveram deflação: município de São Luís/MA (-0,35%), RM Belém/PA (-0,18%), RM Porto Alegre/RS (-0,01%) e RM Rio de Janeiro/RJ (-0,01%).
Com o resultado de junho, o IPCA da RM Salvador acumula alta de 0,72% no primeiro semestre de 2020. Está bem acima do verificado no Brasil como um todo (0,10%).
Nos 12 meses encerrados em junho, a inflação acumulada na RM Salvador ficou em 2,35%, também acelerando em relação ao 1,66% acumulado até maio e passando, pela primeira vez no ano, a ficar acima do índice nacional (2,13%).
A tabela a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, no acumulado no ano e no acumulado nos 12 meses encerrados em junho de 2020.
Combustível puxa alta da inflação
A inflação de maio na RM Salvador (0,68%) foi resultado de aumentos verificados em sete dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. No mês, apenas vestuário (-1,28%) e despesas pessoais (-0,06%) tiveram variações negativas.
Com o maior aumento médio e uma forte aceleração em relação a maio, quando havia registrado deflação de -4,11%, o grupo transportes (2,41%) foi o que mais puxou o IPCA de junho para cima, na RM Salvador.
A influência veio quase que exclusivamente dos combustíveis (12,85%), com aumentos importantes da gasolina (13,54%) do etanol (13,35%) e, em bem menor escala, do diesel (1,89%).
O aumento dos combustíveis conseguiu neutralizar a nova queda nos preços das passagens aéreas (-25,36%), que foi ainda mais intensa do que a verificada em maio (-23,87%) e, individualmente, o que mais segurou o IPCA de junho na RM Salvador.
Os alimentos (0,70%) também seguiram pressionando a inflação para cima no mês, com a terceira maior alta entre os grupos e a segunda principal contribuição no IPCA.
A alimentação em casa teve a principal influência (0,84%), puxada pelas carnes em geral (2,34%), pelas frutas (4,58%) e pelos cereais, leguminosas e oleaginosas (5,09%). A alimentação fora (inclusive delivery) também aumentou (0,32%), puxada fortemente pelos lanches (2,03%).
Apesar de continuarem pressionando a inflação da RMS, em junho (0,70%) os alimentos desaceleraram em relação maio (1,18%). Isso ocorreu devido à queda média nos preços de itens importantes que vinham em forte alta, como o tomate (-18,16%) e a cebola (-6,63%).