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BANCO QUE PATROCINA O FLAMENGO ENTRA NA MIRA DO MP

Redação - 07/07/2020 08:45 - Atualizado 07/07/2020

Após acertar uma parceria com o Flamengo, o Banco de Brasília (BRB) destinará também R$ 6 milhões ao futebol do Distrito Federal até 2022. O valor foi divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Esporte do DF, após reunião entre representantes do banco, do governo e dos clubes da cidade. A abertura de um programa de apoio aos clubes candangos foi anunciado no fim de junho, após insatisfação de representantes do futebol local com o acordo do banco para patrocinar o Flamengo por três temporadas. No acerto com o clube carioca, o BRB investirá ao menos R$ 32 milhões por ano no Rubro-Negro e poderá explorar a parceria na oferta de serviços bancários, com foco em produtos digitais.

Ainda não foram divulgados detalhes do programa de apoio do BRB ao futebol do DF. Inicialmente, os principais beneficiados seriam Gama e Brasiliense, que disputam a Série D do Brasileirão nesta temporada – campeonato ainda suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus. A ideia é que outros clubes da cidade também tenham acesso aos recursos nas próximas temporadas, assim como o futebol feminino e amador da cidade.

Atualmente, o Campeonato Brasiliense masculino é disputado por 12 times na primeira divisão e 10 times na segunda. A cidade conta ainda com um time na elite do Brasileirão feminino e um na Série A2. – A gente entende que é um apoio importante e necessário para esses times. Principalmente para o futebol amador e futebol profissional. Agora, vamos definir critérios junto aos times – afirmou a secretária de esporte, Celina Leão.

Também nesta segunda-feira, o Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF) protocolou uma representação junto ao Tribunal de Contas do DF (TCDF) questionando a parceria entre BRB e Flamengo. O MPC afirma que tem recebido denúncias de possível “violação ao princípio da impessoalidade, da isonomia e, também, do interesse público” no acordo entre o banco e o clube carioca.

De acordo com o TCDF, a representação está sob avaliação de admissibilidade. Antes de dar prosseguimento ao caso, o Tribunal precisa verificar se são justificáveis os motivos da representação. Entre os argumentos apresentados pelo Ministério Público de Contas, está a relação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com o Flamengo. Assumidamente rubro-negro, Ibaneis já foi, inclusive, chefe de delegação do Flamengo durante uma das partidas fora de casa na campanha do título da Libertadores do ano passado. A representação do MPC-DF cita informações divulgadas na imprensa de que Ibaneis teria interesse em se tornar presidente do clube.

“Por outro lado, não raras vezes, a imagem dos símbolos do Clube de Regatas do Flamengo é utilizada e associada ao Chefe do Executivo, inclusive em eventos nos quais participa nessa qualidade, e, não, como cidadão torcedor de seu time”, diz trecho do documento. O Ministério Público de Contas argumenta ainda “inexiste notícia que possa confirmar se houve obediência ao princípio da isonomia, no patrocínio em tela, de modo a permitir que outros clubes, potencialmente interessados, fizessem suas propostas”. Ainda segundo o órgão, o valor anual previsto para o contrato, de R$ 32 milhões, é 400% maior que o gasto em 2019 pelo BRB em patrocínio.

Em nota, o BRB informou que o acerto com o Flamengo se trata de uma parceria para abertura de um novo Banco Digital, não um contrato de patrocínio. A nota diz ainda que “a expectativa é que a parceria gere lucro substancial ao Banco, o que resultará, consequentemente, em ganhos para o DF”.

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

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