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CORONAVÍRUS CRESCE MAIS RÁPIDO NO CENTRO-OESTE DO PAÍS

Redação - 02/07/2020 17:00 - Atualizado 02/07/2020

O avanço do coronavírus no Centro-Oeste durante o mês de junho foi mais acelerado que a média nacional, aponta levantamento do consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde. Enquanto o número de mortes pela Covid-19 teve alta de 54,5% no Brasil entre 8 e 28 de junho, na região o crescimento foi de 191% nesse mesmo período.

No Distrito Federal, em Goiás e no Mato Grosso, as taxas de ocupação dos leitos de UTI são preocupantes – chegam a 92,9% no MT. Mesmo o Mato Grosso do Sul, que se encontra na situação mais favorável quanto aos leitos, viu seu índice saltar de 7% no início de junho para 39% nesta quarta-feira (1º). Veja a situação dos estados no gráfico abaixo.

Os dados mais recentes divulgado pela secretaria do DF para a rede pública – de 73,2% – estão sob suspeita após reportagem da TV Globo mostrar que, na prática, eles não refletiam a realidade. Segundo a apuração, a ocupação dos leitos de emergência na rede pública pode ter atingido 100%. Além disso, a UF divulga que a lotação dos leitos de UTI para Covid-19 está em 63,82%, abaixo das taxas de lotação dos leitos comuns.

Em relação às mortes, o estado que registrou crescimento mais acelerado foi o Mato Grosso: enquanto os óbitos confirmados aumentaram 54,5% em todo o Brasil em 20 dias, o avanço no estado foi de 341% no mesmo período. Em números absolutos, MT passou de 124 no dia 8 de junho para 545 mortes no dia 28 do mesmo mês.

As cidades que registram a maior quantidade de mortes são Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, no Oeste do estado.

Na segunda-feira (29), o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou situação de calamidade pública no Distrito Federal por conta da pandemia do novo coronavírus. Apesar da medida, o governo manteve a autorização de flexibilizar serviços não essenciais, desde a reabertura do comércio a espaços de lazer. Ao G1, Ibaneis afirmou que o objetivo da declaração de calamidade é “acessar programas federais”, e não traçou relação direta com o contágio acelerado da doença.

No Mato Grosso do Sul, os frigoríficos têm sido os focos da Covid-19 desde o início da pandemia. Até o fim de maio, a região mais preocupante era o Sudoeste, por conta do grande número de casos diagnosticados em Guia Lopes da Laguna, de quase 10 mil habitantes, em maio. Cerca de 90% dos casos da cidade, na época, eram de funcionários de uma empresa de alimentos.

Atualmente, a situação mais crítica é em Dourados, a 229 quilômetros de Campo Grande. O município é o segundo mais populoso de estado, com cerca de 220 mil habitantes. Mesmo com a população praticamente quatro vezes menor do que na capital, a cidade é a recordista de casos do novo coronavírus no estado. E o surto em um frigorífico, novamente, ajuda a explicar como se transformou no epicentro de propagação da doença.

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