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COFIC DIZ QUE POLO DE CAMAÇARI É IMPORTANTE PARA ATRAIR INVESTIMENTOS 

Redação - 29/06/2020 13:00 - Atualizado 29/06/2020

O superintendente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari, Mauro Pereira, destaca que o Polo de Camaçari continua a ser importante para a atração de investimentos para o estado. Entre os atrativos, ele destaca o sistema ambiental integrado, gerido pela Cetrel. “Se uma empresa se instala em um outro complexo industrial, ela precisa se preocupar com a montagem de uma estrutura própria para  a gestão de seus resíduos, enquanto o Polo oferece isso como um diferencial e um grande atrativo para a indústria que se instala em Camaçari”, diz.

Além disso, um outro destaque está na integração das cadeias de produção. Camaçari tem o maior complexo petroquímico industrial integrado da América do Sul. O processo que se inicia com o refino do petróleo, na Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde. No Polo, estão disponíveis matérias-primas de primeira e segunda geração petroquímicas, o que garante facilidades para atividades industriais que dependem desses insumos. “Você tem numa distância muito curta todo o processo petroquímico, saindo da refinaria, sendo transformado no polo e indo até o seu escoamento pelo Porto de Aratu”, diz Pereira. O superintendente do Cofic acredita que o aproveitamento do potencial que o Polo de Camaçari ainda tem para crescer depende do investimento nas melhorias das condições de infraestrutura.

Marconi Oliveira, conselheiro da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), acredita que o  Polo de Camaçari tem todas as condições de se destacar na retomada da economia brasileira pós-pandemia. Para ele, isso trará benefícios econômicos para todo o país. “Eu acredito que as economias de todo mundo devem se fechar um pouco e que nós também vamos nos fechar aqui no Brasil. O modelo de globalização foi impactado pela pandemia. Isso vai criar um ‘ensimesmamento’. Vamos nos ensimesmar para produzir”, avalia Oliveira. Ele acredita que haverá um aumento na busca por uma menor dependência externa. “Camaçari em particular e a Bahia de modo geral tem que aproveitar esse momento. Existem plantas paradas, mas já tem toda uma estrutura pronta, licenciamento ambiental de um Polo e o domínio das funções necessárias para uma operação desta natureza”, enumera.

Para Marcone Oliveira, a pandemia já provocou uma série de alterações em processos que  aconteceriam mais lentamente em condições normais. Além disso, ele lembra que o atual patamar de preços do petróleo é favorável para a indústria petroquímica. “Toda vez que há uma queda nos custos da matéria-prima, você ganha em competitividade”, diz. “Nós temos um dos maiores polos industriais da América Latina. Nasceu com visão exclusivamente petroquímica e se desenvolveu tanto que hoje é maior que o próprio CIA (Centro Industrial de Aratu)”, compara. “O bairro da Pituba cresceu em função do Polo. Salvador se desenvolveu como um todo se desenvolveu em função da renda que era gerada lá”, lembra.

O conselheiro da Fieb acredita que tornar o Polo de Camaçari perene é fundamental para a Bahia. Para tanto, defende, é preciso enfrentar os gargalos que dificultam a sua competitividade, como questões ligadas à infraestrutura de escoamento da produção e dificuldades de custos com matéria-prima, energia, entre outros fatores. Mesmo com os investimentos da empresa em outros lugares do Brasil e do mundo, Camaçari continua ser a sede do maior complexo da Braskem. O diretor industrial da empresa, Carlos Alfano, lembra que os produtos fabricados em Camaçari são essenciais para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. “Quando a gente olha as nossas operações, são cinco unidades industriais que produzem matérias-primas essenciais para a fabricação de embalagens, produtos de limpeza e até medicamentos”, destaca.

Alfano destaca os investimentos da Braskem na modernização e ampliação da sua operação em Camaçari, como é o caso do projeto Orion, que permite à empresa uma flexibilização em relação à matéria-prima utilizada no Polo. Além disso, a empresa tem buscado melhorar a sua matriz energética, com investimentos em energia limpa e renovável. Hoje, 20% do consumo já se dá a partir das matrizes solar e eólica.

Há 42 anos, o Polo Industrial de Camaçari vem moldando a economia baiana. A influência do complexo industrial projetado inicialmente para fornecer matérias-primas químicas e petroquímicas foi além do gigantesco impacto econômico. O empresário Roberto Fiamengui, presidente do Sinpeq, sindicato que representa a indústria química e petroquímica, conta que o gigante industrial na Região Metropolitana de Salvador (RMS) influenciou as mais diversas áreas da economia e da sociedade baiana. “A existência do Polo trouxe uma série de oportunidades diretamente ligadas ao empreendimento, mas não só isso. O setor de serviços se desenvolveu muito na Bahia e além disso, os baianos passaram a sonhar em trabalhar lá em Camaçari, o que estimulou a busca por formação profissional”, lembra Fiamengui, que chegou à Bahia dois anos antes do início da operação do polo.

“O polo trouxe muita tecnologia de ponta. Para trabalhar lá, as pessoas precisavam de conhecimento e isso levou a uma evolução na área educacional no estado tão importante quanto o impacto econômico que o empreendimento teve e tem até hoje”, analisa. “A produção no segmento químico/petroquímico atende a mais da metade das necessidades do país. Além disso, os investimentos sociais das empresas do Polo são superiores a R$ 13 milhões/ano”, destaca o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, João Leão. “O complexo emprega um total de 45 mil pessoas, sendo 15 mil empregos diretos e 30 mil por meio de empresas contratadas”, ressalta o vice-governador João Leão, lembrando que a média salarial é de R$ 4 mil per capita no segmento químico e petroquímico do pais.

Empresário do setor de alimentação, Ademar Lemos Júnior, diretor do Grupo LemosPassos, ressalta a importância do polo para o setor de serviços, “cumprindo o importante papel de contribuir com o avanço econômico e social da Bahia, gerando renda, emprego e investindo para o aumento da produtividade das empresas que ali estão presentes”. Segundo ele, o grupo tem investido em tecnologia para atender à demanda das empresas instaladas lá. (Correio)

Foto: divulgação

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