Segundo dados da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), apurados até a manhã desta quinta-feira (25) a pedido do G1, as universidades estaduais de São Paulo USP, Unesp, Unicamp, e a federal de São Carlos, UFSCar, anunciaram que vão manter as aulas remotas no segundo semestre de 2020. “É possível afirmar também que o ensino 100% presencial em 2020 é improvável”, informou a Unesp.
“Para o segundo semestre letivo, previsto para iniciar em meados de setembro, a prioridade será manter as aulas remotas sempre que possível”, disse o comunicado da Unicamp. “É importante destacar que esse calendário poderá ser revisto no momento em que a situação epidemiológica for favorável”, afirmou Edmund Chada Baracat, pró-reitor de Graduação da USP.
A UFRJ afirmou que só volta às aulas presenciais quando houver um remédio ou vacina contra a Covid-19. O Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria em que estende a autorização de aulas a distância em universidades federais até 31 de dezembro de 2020, em substituição às aulas presenciais. “Se manter o ensino remoto vale para os adultos, para preservar a vida, isso deveria valer também para a educação básica”, afirma Daniel Cara.
Em todo o mundo, escolas estão reabrindo seguindo protocolos de segurança. Mas, ainda assim, houve casos em que foi preciso fechar a escola novamente devido ao surgimento de casos suspeitos de coronavírus, como ocorreu na França. Foi o que aconteceu com Fernanda Rincon, diretora do Instituto Educare de Prado (IEP), que tem 250 alunos da educação básica ao ensino médio, em Prado (BA).
Ela fechou a escola em 17 de março e reabriu em 1º de junho, seguindo um decreto municipal. Dois dias depois, teve que fechar novamente. “Houve aumento de casos em toda a região e decretaram o fechamento, mas na minha escola, não houve registros”, conta. A experiência dos dois dias de reabertura dá o tom do que as escolas vão enfrentar na retomada às aulas presenciais: desinfecção do solado dos alunos e das mochilas na entrada, álcool em gel nas mãos, tapetes com substâncias desinfetantes, medição de temperatura, alunos com os braços para trás para não encostar em nada, vigilância constante — e se encostar em alguma coisa, é álcool em gel nas mãos imediatamente. “Toda hora o menino é encaminhado para lavar a mão, passar álcool, ficamos naquele movimento incessante”, conta.