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IMÓVEL EM QUE FABRÍCIO QUEIROZ FOI PRESO ERA ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DE FACHADA, DIZ OAB-SP

Redação - 18/06/2020 14:58

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo disse nesta quinta-feira (18), por meio de nota, que o suposto escritório de advocacia onde Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo, não continha nenhum documento que relacionasse o imóvel ao exercício da advocacia.

O comunicado informa que integrantes da OAB de Campinas foram acionados pelo Ministério Público na quarta-feira (17), sem informar o alvo da ação, para que acompanhassem cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia, como determina a lei federal. “Chegando ao local, havia placas indicativas de escritório de Advocacia, contudo, nada de relevante em termos de defesa das prerrogativas profissionais foi encontrado. De qualquer forma, os colaboradores da OAB Campinas permaneceram no local até a finalização dos trabalhos profissionais”, diz o texto.

A nota também informa que o advogado poderá ser investigado por falta de ética. O processo, porém, deve ocorrer em sigilo. Em relação à situação do advogado proprietário do imóvel, sobre uma eventual falta ética ou infrações, se existente, será oportunamente apreciada pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB SP. Queiroz foi preso quando estava em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Na quarta-feira, Wassef estava no Palácio do Planalto, na cerimônia de posse do ministro das Comunicações.

Em setembro de 2019, Wassef disse ao programa Em Foco que não sabia o paradeiro de Queiroz, e que não era advogado dele. Entretanto, um caseiro do imóvel disse nesta quinta (18) à polícia que o ex-assessor estava lá havia um ano. A reportagem do G1 procurou pelo advogado, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O mandado de prisão preventiva – sem prazo para acabar – foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do estado (Alerj).

No esquema, segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e através do investimento em imóveis.

Veja a íntegra da nota:

“Em relação a diligência realizada na madrugada de hoje, 18 de junho de 2020, em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, a OAB SP esclarece que a Subseção de Campinas da OAB SP foi acionada pelo Ministério Público Estadual (GAECO) por determinação do Juiz do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Civil de SP, para que acompanhasse cumprimento de mandado de busca e apreensão em escritório de advocacia, como determina a lei federal 8.906/94.

Os integrantes da Regional de Prerrogativas da OAB Campinas foram acionados ontem, (17/06), no final do dia, sem que nenhum dado da diligência tenha sido revelado senão, no exato momento do seu início. Chegando ao local, havia placas indicativas de escritório de Advocacia, contudo nada de relevante em termos de defesa das prerrogativas profissionais foi encontrado. De qualquer forma, os colaboradores da OAB Campinas permaneceram no local até a finalização dos trabalhos profissionais.

 

Em relação à situação do advogado proprietário do imóvel, sobre uma eventual falta ética ou infrações, se existente, será oportunamente apreciada pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB SP.”

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