Nesta quinta-feira, 18, a Proteste, Associação de Consumidores, divulga os resultados da pesquisa sobre os “Impactos da Covid-19 nas Vidas dos Consumidores”. A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Estatísticas do Grupo Euroconsumers, entre os dias 14 e 15 de maio de 2020. Foram entrevistados 244 consumidores no estado de São Paulo, de todas as classes socais, mas se concentrando na classe média, uma vez que as perguntas foram feitas pelo CAWI (Computer Assisted Web Interviewing).
A Covid-19 avançou pelo mundo desde o seu surgimento, em dezembro de 2019, na China. Em abril, 11, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de pandemia, orientando os países a conterem o avanço do vírus. No mesmo mês, no Brasil, o Senado aprovou, por unanimidade, o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade pública no país. Através desse decreto a União autorizou a elevação de gastos públicos e o não cumprimento da meta fiscal prevista para este ano, sendo possível destinar recursos para combater os efeitos do coronavírus no país.
Diante desse cenário, nos últimos dois meses, os consumidores brasileiros passaram a enfrentar novos problemas decorrentes da pandemia, tal como o desemprego, que já atingiu mais de 12 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a dificuldade de pagar por serviços essenciais (água, luz e gás).
Preocupado com o impacto da Covid-19 na vida financeira dos consumidores, o Grupo Euroconsumers, do qual a PROTESTE faz parte, realizou uma pesquisa em 5 países (Bélgica, Itália, Espanha, Portugal e Brasil), buscando entender quais foram os maiores impactos, perdas e mudanças para os consumidores.
De acordo com a pesquisa, a redução de renda profissional (55,1%) e o cancelamento de eventos (27,6%) foram as principais causas da perda de dinheiro em decorrência da crise do coronavírus. Sendo que, a redução de renda profissional afetou em média R﹩ 1.320, 00 dos ganhos dos entrevistados, liderando a lista de principais causas de perdas financeiras.
Dentre as opções oferecidas, os consumidores escolheram assistência médica (30,6%),parcelas de crédito (21,2%), e aluguel de casa (19,9%) como as despesas que são mais difíceis ou se tornaram impossíveis de lidar. Despesas como gás, eletricidade e água também ficaram em destaque, com 14,3% dos votos, o que se torna um dado preocupante, uma vez que são serviços essenciais e extremamente necessários para a sobrevivência e bem-estar dos consumidores.
50% dos entrevistados consideram que possuem uma qualidade de vida média, 32,4% acham que possuem uma qualidade de vida alta e 17,6% acreditam ter uma qualidade de vida baixa. Apesar de não ser um número alto, chama a atenção, especialmente agora em que as pessoas são obrigadas, por questões de saúde pública, a ficarem em casa.
Em um país como o Brasil, que não é conhecido por consumidores que poupam, cerca de 44% dos 244 entrevistados tiveram que recorrer as suas economias durante a pandemia. 19,5% informou que não possui economias. Tal resultado mostra a importância de guardar dinheiro para situações emergenciais, sendo um bom exemplo a ser apresentado e seguido futuramente, pós-pandemia.
De acordo com a pesquisa, 23,5% dos entrevistados tiveram alguma perda salarial e 8% perderam o emprego como resultado da pandemia. Essa questão foi direcionada para os 191 entrevistados que atuavam profissionalmente antes da crise do coronavírus . Além disso, entre os entrevistados que ainda estavam empregados quando responderam a pesquisa, também foi perguntando qual a probabilidade que acreditavam de ter de passar por alguns cenários.
15,3% acreditam que podem sofrer com perda de salário e diminuição do horário de trabalho, 24,6% acreditam que podem perder o emprego e 44,5% acreditam que não encontrarão muitas oportunidades profissionais no mercado de trabalho. Para conferir o resultado completo da pesquisa entre no site da PROTESTE: http://www.proteste.org.br
Foto: divulgação