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TAXA SELIC PODE CHEGAR HOJE AO MENOR PATAMAR DE SUA HISTÓRIA E INVESTIMENTOS EM RENDA FIXA DEVEM RENDER MENOS, DIZ ESPECIALISTA

Redação - 17/06/2020 09:00 - Atualizado 17/06/2020

POR: JOÃO PAULO ALMEIDA

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reunirá nesta quarta-feira (17) e deve reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira de 3% para 2,25% ao ano, segundo a previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro. Se confirmado, o percentual será o menor da taxa Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. A decisão do BC será anunciada por volta das 18h.

Em contato com o portal Bahia Econômica, Eduardo Belotti, CEO do Real Valor – aplicativo para acompanhar os investimentos, explicou que do ponto de vista de rentabilidade a Selic no menor patamar da história tira a atração da renda fixa, pois os ganhos se tornam muito pequeno na comparação com outros produtos e opções que o mercado oferece hoje em dia.

“Investir com rentabilidade de 3% ao ano não é muito animador. Mas a verdade é que renda fixa costuma ter rentabilidades baixas mundo afora. O cenário que tínhamos no Brasil é que era incomum, com renda fixa pagando 15-16% ao ano. Apesar de estar rendendo menos, a renda fixa continua tendo papel importante na diversificação de risco e liquidez da carteira. Abrir mão totalmente da renda fixa por causa da rentabilidade é fechar o olho para 2 das 3 coisas mais importantes de um investimento: 1- Rentabilidade, 2- Liquidez, 3- Segurança.

A decisão do Copom será tomada em um momento de forte redução do nível de atividade da economia mundial em razão da pandemia do novo coronavírus, o que tem impactado os índices de inflação. O governo brasileiro já admite um tombo de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, enquanto os economistas do mercado financeiro estimam um recuo de 6,5% em 2020.

Com a forte queda da atividade econômica, os preços têm caído. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38%. Foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços e o menor índice desde agosto de 1998. O mercado financeiro prevê que o IPCA ficará em 1,60% neste ano, isto é, abaixo do piso de 2,5% previsto pelo sistema de metas.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Foto: divulgação

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