O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, voltou a declarar que as Forças Armadas estão “isentas da política” e não participam de nenhum movimento que leve a uma escalada autoritária no Brasil. Em Salvador para acompanhar uma ação de desinfecção contra a Covid-19 feita pelo Comando Conjunto Bahia no 2º Distrito Naval, feita no Hemoba, o general disse que as Forças são fiel ao “regramento jurídico e democrático”.
A fala do ministro ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro escrever nas redes sociais que a operação da Polícia Federal contra 10 deputados e um senador bolsonaristas, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito das Fake News, foi um “abuso” e dizer que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”, sem mencionar no enquanto, a que se referia.
Questionado sobre o fato de ter sobrevoado uma manifestação contra o STF com o presidente Jair Bolsonaro, ele disse que, na verdade estava fazendo o “reconhecimento aéreo em Brasília”. Ele disse também que o caso é diferente do ocorrido nos Estados Unidos, onde o chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas, a maior autoridade militar do país, pediu desculpas por ter participado de uma caminhada a uma igreja com o presidente Donald Trump. Para que isso acontecesse, Trump mandou dispersar um protesto antirracista contra a morte de George Floyd.
“São comparações diferentes. O Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas Americanas é um oficial-general da ativa. Eu tenho um chefe de Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, brigadeiro Botelho, que não participou de nada, então não tem que pedir desculpa de nada. Sou representante político das Forças Armadas porque integro o Ministério do Presidente da República – e só. As Forças Armadas estão isentas da política”, afirmou.
Indagado sobre se haveria clima de animosidade das Forças Armadas contra o Judiciário, Silva negou. “Não tem clima A, não tem clima B, o clima é um só. É cumprir a missão destinada a ela. Simplesmente isso.”