O vice-governador da Bahia João Leão (PP) foi citado por um dos empresários que estão sendo investigados por suposta fraude na compras de respiradores pelo consórcio Nordeste. Novas revelações citam auxiliares do governador da Bahia, Rui Costa (PT), na compra, que pagou R$ 48,7 milhões antecipadamente, mas não recebeu os equipamentos.
Em depoimento à Polícia Civil baiana, o empresário Paulo de Tarso Carlos, da Biogeoenergy, revelou ter ouvido do intermediário Cléber Isaac, que ele teria entrado no negócio dos respiradores por intermédio de três agentes políticos, confirmando parte do depoimento da empresária Cristiana Preste, da Hempcare. Os agentes políticos seriam o ex-chefe do Gabinete Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, o vice-governador João Leão, a quem Cléber Isaac, segundo Paulo de Tarso Carlos, teria que apresentar os equipamentos para demonstração, e Carlos Gabas, diretor-executivo do Consórcio Nordeste.
As informações foram destacadas no Blog do Dina, do jornalista Dinarte Assunção. Ele informou também que o empresário Paulo de Tarso Carlos disse que ao vice-governador da Bahia se apresentava como detentor do ‘poder de contratação’. Ao depor, o empresário teria revelado ainda que a apresentação do equipamento teria ocorrido em maio.
O vice-governador disse ao blog de Dinarte Assunção que “não participava do processo de compras de equipamentos hospitalares no Estado, mas que atua na atração de investimentos, incentivando com benefícios fiscais as empresas que, obedecendo os critérios técnicos e de legalidade, se implantam na Bahia gerando emprego e renda para os baianos”. O empresário Paulo de T. Carlos, um dos envolvidos na Operação Ragnarok, que apura fraudes na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, afirmou em depoimento, ao qual teve acesso o Blog do Dina, ‘ter certeza que Bruno Dauster recebeu propina’.
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