Apesar da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o setor portuário da Bahia segue atraindo investimentos. Um bom exemplo disso são as obras de expansão do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador – um projeto que envolve recursos da ordem de R$ 443 milhões. E mais: ainda em 2020 deve ter início a construção do Porto Sul, em Ilhéus, o que representa mais R$ 2,5 bilhões em aportes financeiros da iniciativa privada.
Em relação ao Porto Sul, o governo federal renovou, no mês passado, por mais 18 meses, a autorização para a Bahia Mineração (Bamin) implantar o projeto do terminal de uso privado no distrito de Aritaguá, na zona sul de Ilhéus. A empresa já conta com todas as licenças necessárias para implantação do projeto. O processo de desapropriações também já foi concluído. As obras iniciais estão previstas para acontecer no segundo semestre deste ano e o início da operação para o primeiro semestre de 2024.
O terminal é fundamental para a exportação do minério de ferro, proveniente da mina Pedra de Ferro, que fica no município de Caetité. A estrutura receberá as cargas transportadas pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) para seguir para os mercados internacionais. Numa segunda etapa, o corredor logístico também irá escoar e distribuir os grãos produzidos no oeste baiano. Todo este complexo pode gerar um aumento de 1,93% no PIB da Bahia.
O Porto Sul contará com um terminal, com capacidade de armazenamento e transporte de até 41,5 milhões de toneladas de minério de ferro/ano. A obra de implantação vai gerar inicialmente 500 empregos. No pico dos serviços, esse número saltará para até 2.500. Quando entrar em operação, daqui a quatro anos, serão entre 600 e 700 postos de trabalho diretos e centenas de outros indiretos.
“Eles [Porto Sul e Fiol] são irmão siameses, um depende do outro para existir. O minério de ferro garante a sustentabilidade do porto e da Fiol. Na sequência, com a conclusão da Fiol 2 (trecho Caetité/Barreiras) teremos a produção do oeste baiano”, afirma Tramm. “Hoje, os produtores da região têm um problema sério de custo de embarque. Toda a produção é levada em caminhões para os portos de Salvador, Aratu e de Itaqui, no Maranhão. Só observando este aspecto dar para imaginar o que a Fiol e novo porto irão representar de economia para este setor”, afirma Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).
Tramm lembra ainda que a terceira etapa da Fiol chegará ao Mato Grosso, o que vai permitir que as cargas daquele estado também possam ser escoadas pelos portos baianos. “O desenvolvimento que a Fiol e Porto Sul trarão para este pedaço da Bahia é fenomenal e é preciso que os baianos tenham conhecimento e consciência deste valor”, afirmou. (As informações são do Correio)
Foto: Alberto Coutinho/ GOV-BA