Uma projeção feita por professores ligados à Universidade de Campinas (Unicamp) sobre a evolução da pandemia de covid-19 no País apontou que, mantido o isolamento social na intensidade da primeira semana deste mês, o Brasil conseguiria salvar mais de 6 mil vidas até 21 de junho – há mais de 37 mil mortos pela doença até esta terça, 9.
Os números do trabalho – que surge no momento em que estados e prefeituras afrouxam o isolamento, mesmo com a epidemia em expansão – projetavam também que um terço (34%) das pessoas salvas pelas medidas no período estaria em São Paulo e um quinto (21%), no Rio. Mais da metade (53%) moraria na Região Sudeste.
As estimativas constavam na segunda (8) da versão atualizada da semana da página “Vidas salvas no Brasil pelo isolamento social”, desenvolvida pelos professores Paulo José da Silva e Silva, da Unicamp, e Claudia Sagastizábal, colaboradora da universidade.
Para calcular quantas pessoas seriam salvas da morte pelo isolamento social, os professores projetaram dois “caminhos” para os números no Brasil, no período de duas semanas iniciado na segunda, 8, e a se encerrar no próximo dia 21. Um deles seguiria a taxa de reprodução do vírus anterior às medidas de isolamento, como se não tivessem sido tomadas. O modelo apontava que nesse caso cada infectado contaminaria 2,27 outras pessoas. O outro, com a quarentena, baixava o indicador para 1,41 pessoa infectada por doente. Esse é o indicador da semana anterior ao início dos cálculos, sob isolamento. Os números de vidas poupadas são as diferenças, acumuladas dia a dia, entre os números projetados de mortos nas duas hipóteses, de 9 a 21 de junho. Esses períodos são ajustados, com dados, à medida que o tempo avança. As informações são do site Observatório Covid-19.
“O distanciamento social parece ter sido efetivo quando consideramos o Brasil inteiro e, após perder um pouco de força há umas semanas, parece ter melhorado”, dizem os pesquisadores nos comentários da página.
Foto: Vanessa Ataliba/Zimel Press/Estadão Conteúdo