Hartley Sawyer, o Homem-Elástico em Flash, foi demitido da série nesta segunda-feira (8). Produtora da atração de herói prestes a entrar na sétima temporada, a Warner se posicionou após uma série de mensagens racistas e misóginas do ator terem sido recuperadas na web. Vários frases postadas por ele no passado foram encontradas no Twitter.
“Hartley Sawyer não irá retornar para a sétima temporada de Flash”, sacramentou a nota da Warner Bros., assinada em conjunto com a rede The CW, que exibe a Flash nos Estados Unidos, e com a produtora de Greg Berlanti. O intérprete estava na atração desde a quarta temporada.
“Em realação aos posts do sr. Sawyer nas redes sociais, nós não tolerarmos mensagens degradantes contra qualquer raça, etnicidade, nacionalidade, gênero ou oriental sexual”, continuou o comunicado. “Tais mensagens [escritas pelo ator] são antiéticas, contrárias aos nossos valores e políticas. Nos esforçamos para promover um ambiente de trabalho inclusivo e produtivo para os nossos colaboradores.”
A série de mensagens polêmicas foram postadas por Sawyer entre 2012 e 2014, no Twitter (conta oficial que foi deletada), antes dele entrar em Flash. O conteúdo dos posts foi de se gabar por ter olhado o decote de uma mulher a insinuar que gostaria de postar tuítes racistas, mas só não o fez “porque Al Sharpton [reverendo negro símbolo do combate ao racismo nos EUA] não vai parar de me encher o saco”.
Ele chegou ao ponto de escrever que preferia forçar o sexo em um encontro “ao invés de se masturbar”. Postou ainda que “sou muito preto para me queimar com raios de sol” e “se eu tivesse uma mulher, iria espancá-la hoje.” Essas foram apenas algumas das dezenas de mensagens recuperadas por internautas.
No último dia 30, Sawyer usou sua conta no Instagram para pedir desculpas. “Minhas palavras, irrelevantes e ditas com a intenção de ser piadas, foram ofensivas e inaceitáveis. Me envergonho de perceber como eu fui capaz de dizer coisas horríveis só para chamar a atenção”, escreveu o ator. Candice Patton, atriz negra de Flash, na série desde o primeiro episódio, aceitou as desculpas do colega.
A postura da Warner e parceiros está alinhada a uma política de tolerância zero ao preconceito racial em meio a onda de protestos nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, asfixiado por um policial branco. A revolta que chega à terceira semana, movimento só visto no país após o assassinato de Martin Luther King Jr. (1929-1968), já dá mostras de mudanças na sociedade americana, seja no âmbito empresarial ou de entretenimento.
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