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RUI DIZ SER CONTRA O CARNAVAL EM 2021 E O IMPEACHMENT DE BOLSONARO

Redação - 04/06/2020 14:50 - Atualizado 04/06/2020

Em entrevista por videoconferência ao Valor Econômico nesta quinta-feira (4), o governador da Bahia Rui Costa (PT) se mostrou contra a realização do carnaval em 2021 e contra impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mesmo com o PT, assinando um pedido oficial para saída do presidente.

Segundo Rui, ele disse que não vê probabilidade de avanço de um processo como esse nesse momento. “Acho que não há cenário no curto prazo para um processo de impeachment. O Congresso está funcionando virtualmente. Alguém imagina que vai fazer um impeachment virtualmente?! Dá para imaginar ter o impeachment de um presidente sem ter manifestações de rua? Em que lugar no mundo, na história da humanidade, isso aconteceu? Só se fosse um golpe de Estado”, disse.

Em sua análise, manifestações de rua poderiam pressionar parlamentares para aprovarem o impeachment, mas que, com a crise sanitária, isso não será possível. “O povo precisa participar disso. Portanto, acho que, no curto prazo não vejo probabilidade. Nem nós podemos convocar o povo para ir para rua e nem tem hoje maioria parlamentar para um processo de impeachment”, disse Rui Costa.

Ele também avaliou o comportamento do presidente em meio a pandemia, que classifica a Covid-19 como “uma gripezinha”. “O governo se movimenta em atrair parlamentares que historicamente têm comportamentos sem padrão ético. Eu acho que essa relação dele [Bolsonaro] com a pandemia faz parte da estratégia dele. Querer ter um grupo fiel, radicalizado, de 20%, 30%. E com isso tentar eventualmente chegar em segundo turno em 2022”, afirmou.

O governador também admitiu que não vê possibilidade de realizar o Carnaval em 2021. Segundo ele, nenhum evento de massa deverá ser autorizado enquanto o novo coronavírus não for contido. “Não dá para imagina show com 50 mil, 30 mil pessoas, como a gente costuma ver. Não é possível o poder público autorize isso. Não acho que, em nenhum lugar do mundo, será autorizado. Não vejo como autorizar evento de massa com o vírus circulando. A não ser que a gente queira que mais cinco mil, dez mil pessoas morram para a gente fazer uma festa de Carnaval”, disse, em entrevista ao Valor Econômico, por videoconferência.

Em sua análise, devido falta de articulação do governo federal com Estados e Municípios, o vírus ainda deve circular ao longo de todo o ano no país, sobretudo porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não tem se empenhado para fazer parcerias com outros países para ajudar na produção da vacina. “Se a imagem do Brasil, desde 2015, 2016, já não vinha boa, piorou demasiadamente. A imagem do Brasil não está no chão, está no subsolo, e o Brasil tem feito pouco esforço para sair dele”, afirmou.

Foto: divulgação

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