Por: João Paulo Almeida
A agricultura vai colher este ano um dos seus melhores resultados. Mesmo com os impactos do coronavírus na economia se revelando desastrosos o agronegócio tem se mantido forte e gerado bastante receita. O levantamento feito pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) mostra que o Valor Bruto da Produção atingiu R $ 728,6 bilhões, aumento de 11,8% em 2019, maior valor cifra em reais da história do setor.
E a Bahia tem um destaque nesse cenário. O município de São Desidério no Oeste do estado é aquele que tem a maior receita bruta da agropecuária do Brasil, segundo a CNA e o IBGE. Ou seja é aquele que tem maior contribuição para o PIB agrário do país. Os principais pontos da agropecuária brasileira estão no centro-oeste e na Bahia concentrados em 165 municípios do País.
No topo das principais cidades com maior contribuição para o PIB do setor, estão Sapezal e Sorriso, no Mato Grosso; Rio Verde (GO); e Três Lagoas (MS). Na ponta, na cidade de São Desidério, no oeste baiano. Juntas, elas somaram 2,2% do valor adicionado bruto da agropecuária em 2017 (último dado consolidado).
Em meio à pandemia, a expectativa de que o PIB do agronegócio passe a responder por 23,6% do total do País – no ano passado, ficou em 21,4%. “O dólar alto e os preços firmes das mercadorias beneficiam a agricultura”, disse Renato Conchon, coordenador econômico da CNA. A entidade estimada em PIB nacional caia 5,8%, previsão que ainda pode ser revista para um número maior.
Mesmo com a desvalorização do real o setor permaneceu atraente para o agricultor. “Na crise, ninguém deixa de comer”, afirmou Conchon. A expectativa dos produtores é uma safra de grãos – 250 milhões de toneladas -, uma expectativa de desempenho que pode ser repetida em 2021. Mais capitalizados, parte dos produtores rurais que já começaram a usar insumos para o próximo plantio.
“Neste mês de maio, os produtores já alcançaram o preço de 32% da safra do ano que vem, que ainda não foi plantada. No passado, na mesma época, apenas 8% da produção foi vendida antecipadamente. Em 2017, esse volume era praticamente zero ”, disse José Carlos Hausknecht, diretor da MB Agro, uma das principais consultorias de agronegócio do País.
A soja e o milho foram os grandes carros-chefes de agricultura, explicou Conchon. Do ganho previsto de R $ 728,6 bilhões, R $ 175 bilhões vão corresponder à receita com uma oleaginosa (alta de 13% em relação a 2019) e R $ 90 bilhões com milho (32,9% maior que no ano anterior). Já a carne bovina vai registrar R $ 139 bilhões de receita, cerca de 19,5% em relação a 2019. “Verá a soja avançando sobre outras áreas de cultivo no ano que vem”, disse Hausknecht. Com este cenário, você pode perder espaço. Dados da CNA mostram que a receita com cana-de-açúcar é retirada em R $ 47,4 bilhões, estável sobre o ano anterior.(ESP)
Foto: divulgação
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