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PROFESSORA SE PREOCUPA COM ENSINO INFANTIL NA PANDEMIA

Redação - 21/05/2020 09:30

Lugares que antes eram de entretenimento, brincadeiras ou para descanso, se tornaram salas de aula há mais de um mês, em Curitiba, devido ao isolamento social causado pelo novo coronavírus. Durante este período, professores, pais e alunos enfrentam o desafio de aprender e ensinar.

Cerca de 145 mil estudantes de escolas, Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado e Centros de Educação Infantil estão em casa desde o dia 23 de março, quando as aulas presenciais foram interrompidas. O recesso de julho foi antecipado, de 23 de março até 12 de abril, e no dia 13 por meio de videoaulas e atividades quinzenais, o município tenta fazer com que o conteúdo seja repassado, e as crianças tentam entender o motivo de tantas mudanças na rotina por causa da Covid-19.

Conforme a professora Cinthya Carvalho, que dá aula para os alunos do 2º e 4º ano, o momento é de toda a sociedade assumir a responsabilidade para logo superar a pandemia. “Não podemos pensar que é uma perda, que vai ficar uma educação comprometida. As crianças precisam sempre de atenção e, agora, ainda mais, afinal, lhes foi tirado de repente a infância, a escola, a brincadeira, a liberdade”, disse ela.

O estudante Alexandre de Souza Bier, de 6 anos, se envolveu tanto na nova forma de assistir às aulas que começou a gravar vídeos copiando o que os professores ensinaram. Assista acima. “Eu acho legal, mas sinto falta da escola, dos meu colegas. Gosto de matemática, história e geografia. Gosto de aprender brincando”, contou o menino.

De acordo com a mãe, Patrícia Bier, ele está no 2º ano da Escola Municipal Campo Mourão e, no início, não estava tão animado com o novo modelo de aprender. “Agora eu até consigo deixar ele assistindo a algumas aulas sozinho, porque tenho um bebê de 1 ano que exige bastante atenção também. Eu olho o caderno dele depois e vejo que ele realmente fez o que tinha que fazer. Ele gosta de escrever, participar, então é mais fácil. Gosto de estar junto quando tem que fazer recortes, dobraduras”, explicou a mãe.

Outra estudante que se diverte assistindo às aulas na televisão é a Gabriella Sapala, de 5 anos, que estuda na Escola Municipal Papa João Paulo XXII. Assista acima. “Está sendo legal, minha mãe está me ajudando muito. Sinto falta das professoras, dos ajudantes do recreio, das amigas. Estou aprendendo bastante e também brinco, relatou a menina.

Pâmela Kosowski Sapala, mãe de Gabriella, conta que como está trabalhando em casa, fica mais fácil ajudar a filha. “Ela está aprendendo bem, está quase alfabetizada. Agora conseguimos nos adaptar. Assim que eles postam as aulas, eu assisto sozinha primeiro. Depois, assisto novamente com ela. No começo eu assistia só com a Gabi, mas acontecia de alguma aula precisar de materiais, daí acabava perdendo tempo e ela se distraía”, disse a mãe.

As videoaulas estão sendo transmitidas tanto no Youtube no Canal TV Escola Curitiba, como pela televisão pelos canais 9.2 e 4.2. Ao todo, são 13 horas de programação diária, mas cada aluno só assiste às aulas direcionadas para o ano escolar em que está. A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba produziu e gravou os conteúdos de pré, primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental e Educação de Jovens Adultos fase 1. Para estudantes do 6º ao 9º ano do Fundamental, o conteúdo é produzido pelo Governo Estadual.

As videoaulas incluem matemática, língua portuguesa, robótica, geografia, educação física, arte, ciências, história, ensino religioso, literatura, direitos humanos e família. Aos sábados, o conteúdo é apresentado com adaptações metodológicas para estudantes em inclusão. Até quinta-feira (14), eram mais de 4 milhões de visualizações das aulas no canal do YouTube, conforme a secretaria.

A cada 15 dias, as escolas entregam atividades complementares aos estudantes. Os alunos têm que acompanhar as aulas e fazer anotações, e os professores também acompanham o material das videoaulas. A secretaria informou que algumas escolas optaram também por utilizar o WhatsApp para que, com ajuda dos professores, os estudantes e pais tirem as possíveis dúvidas.

 

Foto: Arquivo pessoal/Pâmela Kosowski Sapala

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