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REDE DE SAÚDE PRIVADA DE SALVADOR PODE ENTRAR EM COLAPSO ANTES DA PÚBLICA

Redação - 18/05/2020 10:44 - Atualizado 18/05/2020

O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, alertou hoje (18) para os índices de ocupação no setor de saúde privado de Salvador. Segundo o gestor, o setor está 80% ocupado diante da pandemia de coronavírus, o que acende um “sinal amarelo”.

“Nos preocupa muito isso, há uma ocupação maior na rede privada do que na rede pública. Mantida a tendência de crescimento da rede privada, ela colapsaria, em tese, antes. E aí vários pacientes de planos de saúde e da rede privada teriam que migrar para a rede pública. Assim como temos acompanhado a superlotação em planos de saúde, há migração para sistema público. Acontece em determinados dias e não de forma contínua em alguns planos de saúde. Isso preocupa bastante”, disse em entrevista a Rádio Metrópole.

No entanto, o secretário ressalta que “Salvador deve ter uma ocupação de 70% dos leitos clínicos neste momento. Não temos uma situação de pré-colapso ou de colapso, mas nos preocupa bastante. Há uma projeção inclusive para um colapso do sistema de saúde ainda neste mês de maio”, acrescentou.

Outro dado alarmante é que 60% dos pacientes que morreram após serem infectados pelo novo coronavírus na Bahia estavam sendo tratados em Salvador, conforme Prates. No estado, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) já são 295 óbitos.

Atualmente, a taxa de crescimento de novos casos da doença é de 7%. O ideal, segundo o secretário, é recuar para 5%. Salvador é o epicentro da doença no estado com 5,317 casos confirmados. A principal preocupação da prefeitura em meio ao crescimento da contaminação por Covid-19 é nas áreas carentes da cidade.

“Temos algumas localidades onde o IDH é baixo e há oito ou nove pessoas morando em uma residência de 30 m². A gente estudou sempre como vencer esse vírus nessas regiões, onde o isolamento é impossível. Se alguém se contamina e vai morar em uma casa como essa, é muito complexo. O governador sugeriu e acatamos prontamente, ele está desenvolvendo hotéis para contaminados. Foi aprovado na Assembleia nesta semana passada e será aprovado na Câmara, tenho certeza, o benefício de R$ 500 para quem se isolar nesses hotéis para se isolar e evitar uma proliferação mais forte. São áreas que nos preocupam muito”, declarou o secretário.

Foto: Bruno Concha/ Secom

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