O Prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) ainda não descartou por completo o risco de um colapso no sistema de saúde da capital. Em entrevista a rádio metrópole ele afirmou que por conta do aumento de casos do novo coronavírus do dia 20 de maio ao dia 20 de junho, temos uma situação de agravamento da situação. “A tendência é aumentar bastante o número de casos e que a pressão por leitos clínicos e de UTI em nossa capital também aumente. Existe sim [risco de colapso], apesar da prefeitura estar inaugurando novos hospitais como o de Campanha do Wet’n Wild e o do Itaigara, há o risco de colapso do sistema de saúde. Mesmo com todo esforço, não há como afastar esse colapso. O momento crítico é o que está chegando agora”, afirmou.
O chefe do Executivo da capital afirmou que as previsões do estatísticos e da Fiocruz têm se confirmado, mas alerta que a duração do pico da enfermidade na capital baiana é ainda uma incógnita. “Conversei ontem com o vice-governador do estado de São Paulo, primeiro epicentro da crise do Brasil, e perguntei a ele das projeções, se estavam se confirmando. Ele disse que lá há um esforço grande, tentando manter o isolamento e adotando medidas para ampliar os leitos. Mas o pior ainda não passou lá. A gente não sabe quanto tempo vai durar esse pico. Por mais que existam estudos, projeções, muitas vezes o vírus se comporta diferente em cada lugar. A consideração hoje tomada pela prefeitura de Salvador é dessa janela do fim de maio aos primeiros 15 ou 20 dias de junho como o período mais crítico da pandemia”, apontou.
Neto também criticou a Justiça liberar a abertura de empresa Tecnoservice na Pituba, através de liminar proferida pelo desembargador Baltazar Miranda, o prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou que irá conversar com o magistrado para tentar reverter a decisão. O bairro passa por intervenções que visam diminuir a taxa de transmissão do novo coronavírus. “Com todo respeito, é uma decisão que precisa ser revista. É uma loja de manutenção de equipamentos e material de informática, dessa natureza. Não temos como admitir aquela loja funcionando. […] O próprio fundamento do TJ, se prosperar, não se poderá fechar mais nada em lugar nenhum da cidade. O desembargador é um que a gente reputa que tenha discernimento a respeito dessa decisão e revê-la. A prefeitura está amparada em decisão do STF, que é órgão superior de Justiça, que estabeleceu que estados e municípios, prefeituras e governo, têm autonomia para deliberar sobre o funcionamento de atividades em seu território. Nem mesmo o presidente da República ou o governo federal podem interferir nessa autonomia. Essa decisão não se sustenta e precisa ser revista”, disse.
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