Sobre a questão do calendário escolar, diretores de escola têm se comprometido em repor as aulas após a pandemia. A diretora do a diretora pedagógica do Montessoriano, Lúcia Matos, destaca que o ano ainda não está perdido. As escolas estão fechadas desde o dia 16 de março. “Só foram dois meses de fechamento. Esse tempo é menor que o tempo de férias que os alunos aprovados sem recuperação tem no final do ano. Não se pode jogar a toalha, ainda que a situação nos leve à reposições em 2021, é melhor do que deixar os alunos sem atividades por um ano inteiro”.
O representante do Grupo de Valorização da Educação (GVE) coletivo de 61 escolas particulares de Salvador, Lauro de Freitas e outros municípios da Bahia, Wilson Abdon, concorda. Um protocolo com procedimentos que as escolas devem adotar no pós-pandemia, deve ser entregue as autoridades de ensino nesta quarta-feira (13): “As escolas estão atentas ao novo calendário que vai ser definido e se comprometem a manter a qualidade do ensino mesmo nessa situação inusitada criada pela pandemia. Neste momento, estamos nos esforçando para garantir a continuidade das aulas e das atividades, através das aulas remotas, vídeoaulas, roteiros de estudos, utilização de aplicativos e plataformas digitais”, diz.
Professor de matemática e Física, Guerdes Veras, afirma que até consegue manter o conteúdo em dia com o uso das plataformas digitais nas escolas particulares, porém defende que as aulas seja repostas no ensino público e também afim de garantir uma preparação melhor para os estudantes que irão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Como é uma decisão que vem dos órgãos competentes, então o que nos resta é acreditar que todas essas medidas são a favor, inclusive dos estudantes. Porém, precisa -se rever como repor as perdas dos alunos”.
Entre pais e alunos, as opiniões sobre o ano letivo se divergem e variam caso a caso, série a série. Para o aluno do 3º ano, Waltter Vallari é complicado estender as aulas para o ano que vem, se a data do Enem não seja prorrogada também. Ainda que ele esteja conseguindo se adaptar ao ensino remoto, muitas vezes, o emocional do isolamento acaba interferindo nos estudos. Ele se questiona ainda a desvantagem dos alunos do ensino público nesse momento de pandemia.
“Eu acredito que poderia ser colocado mais pro fim do ano ao invés de manter a data oficial. Todos percebem a situação de desvantagem dos colégios públicos que não possuem a possibilidade de ter as aulas à distância como os colégios particulares então tendo”, argumenta. Já a psicóloga Tiara Lima pontua que todo conteúdo pode ser recuperado com a reposição das aulas lá na frente. Mãe de Miguel, 10 anos, que está cursando o 5º ano do Ensino Fundamental, ela afirma que a escola sinalizou possibilidade do ano se estender para janeiro do ano que vem. O que a tem preocupado mais é a falta do contato presencial do filho com os outros colegas.
“Meu filho não vai fazer vestibular amanhã nem nada assim. Sei que ele já tem que aprender alguns conteúdos que são importantes para uma boa base escolar, mas estou confiante que ele vai aprender quando as aulas presenciais voltarem”.(Correio)
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