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BC VÊ FORTE QUEDA DA ECONOMIA NO 1º SEMESTRE; SELIC FICA 3%

Redação - 12/05/2020 10:24 - Atualizado 12/05/2020

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) projeta forte queda da economia por causa do coronavírus. A informação foi divulgada hoje (12), em Brasília, na ata da última reunião do Copom, que reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, indo para 3% ao ano. Conforme a ata, “embora haja poucos dados disponíveis para o mês de abril, há evidência suficiente de que a economia sofrerá forte contração no segundo trimestre deste ano”.

Para o comitê, se não houver “avanços médicos” no combate à pandemia, “é plausível um cenário em que a retomada, além de mais gradual do que a considerada, seja caraterizada por idas e vindas”.  “O cenário básico considerado pelo Copom passou a ser de uma queda forte do PIB [Produto Interno Bruto – soma de todos os bens e serviços produzidos no país] na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre deste ano”, diz a ata.

Segundo a ata, o comitê discutiu sobre a possibilidade de existência de um limite mínimo para a taxa Selic. “A maioria dos membros ponderou que o limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos, devido à presença de um prêmio de risco [retorno adicional cobrado por investidores para aceitar correr maior grau de risco]. Foi ressaltado que esse prêmio tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva. Nesse contexto, já estaríamos próximos do nível onde reduções adicionais na taxa de juros poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos mercados financeiros e nos preços de ativos”, diz a ata.

Sobre a inflação, o comitê informa que as projeções de curto prazo tiveram “revisões relevantes e incorporam a perspectiva de deflação significativa nos próximos meses”. O Copom explica que “houve recuo adicional no preço do petróleo e queda acentuada nos preços do produtor doméstico de combustíveis, que seguirão repercutindo, nas próximas semanas, sobre os preços ao consumidor”. “Os resultados mais recentes dos índices de preços evidenciaram efeitos desinflacionários significativos sobre preços de serviços e de bens industriais”, afirma.

 

Foto: Marcello Camargo/ Agência Brasil

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