De acordo com um grupo de pesquisadores ligado à Universidade de São Paulo, os limites impostos pela lei e a centralização da execução do programa do Auxílio Emergencial de R$600 do governo federal, impedem o acesso de milhões de pessoas ao benefício. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. O estudo calcula que 32 milhões de trabalhadores ameaçados de perder emprego e renda com a paralisia da atividade econômica não terão como receber o dinheiro, porque têm vínculo formal com o trabalho, ou por causa das restrições da lei, que limita os pagamentos a dois beneficiários por domicílio.
Apesar do vínculo formal, esses trabalhadores também não poderão contar com o seguro desemprego se forem demitidos, porque não se enquadram nas regras do programa, é preciso ter pelo menos 12 meses de trabalho com carteira assinada num período de 18 meses para pedir o seguro na primeira vez. Os pesquisadores ainda afirmam que outros 6 milhões de trabalhadores não conseguirão acesso ao auxílio emergencial se forem atingidos pela crise por causa do limite de beneficiários por domicílio.
Os pesquisadores ligados à USP calculam que 7,4 milhões de trabalhadores em condições de receber o dinheiro, mas que precisam se cadastrar no aplicativo da Caixa, não têm acesso à internet. Mesmo quem tem acesso à rede encontra dificuldades para lidar com a tecnologia adotada pelo governo.
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