Ex-aliada de Jair Bolsonaro (sem partido), a deputada federal Dayane Pimentel fez duras críticas ao presidente da República em entrevista à Tribuna. A parlamentar criticou o modo “truculento” de o presidente agir. Disse que o chefe do Palácio do Planalto tem “desgastado” a imagem da direita brasileira e defendeu o impeachment. “O impeachment é um processo muito burocrático, mexe muito com nossas estruturas. O momento não é o mais propício. Mas, se o presidente Bolsonaro não entender que ele está intelectualmente e emocionalmente incapacitado para governar, é preciso sim a abertura de um processo para as pessoas julgarem”, afirmou.
Ainda na entrevista, Dayane Pimentel falou sobre o rompimento com o presidente e admitiu que teve perdas ao pôr fim a aliança. “Na verdade, eu perdi a minha narrativa de que o Bolsonaro era a melhor opção, de que Bolsonaro era um cara equilibrado, justo e que viria para unir o Brasil. Eu perdi essa narrativa. Por outro lado, muitos políticos baianos, que não vivem de ideologia e administra seus municípios, vieram me procurar”, pontuou.
Ela também avaliou que a saída de Sergio Moro do governo foi “o pior que poderia acontecer”. “Moro não era apenas um dos maiores pilares. Moro era o maior pilar deste governo. Moro é um ícone do combate à corrupção. O maior ícone que nós temos no Brasil. E não foi só a saída (que foi negativa), que poderia ser justificada através de uma circunstância melhor, mas devido às circunstâncias em que ele saiu. Ele saiu praticamente delatando o presidente da República. Para nós que estamos nos bastidores, não há segredo algum. Tudo o que Moro diz há fatos que nós já conhecemos, do nosso cotidiano. Para a opinião pública, pesou muito (o que o ex-ministro disse). Moro é uma pessoa que tem respaldo em sua narrativa através do legado que tem. Entre o presidente Bolsonaro, que também é muito popular, e o Moro, o Moro sai na frente porque o Moro não tem história de mácula alguma”, disse.
Por: Rodrigo Daniel Silva – Repórter; Paulo Roberto Sampaio – Diretor de Redação
Foto: Divulgação / Câmara dos Deputados
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