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MORO DIZ QUE APRESENTARÁ PROVAS CONTRA BOLSONARO

Redação - 02/05/2020 09:30 - Atualizado 02/05/2020

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse em entrevista à revista “Veja” que vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) provas de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. Moro também afirmou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tentou intimidá-lo ao colocá-lo como investigado no inquérito que investiga as acusações feitas pelo ex-ministro contra o presidente.

Moro pediu demissão do governo na semana passada. O estopim para a saída do ex-ministro foi a demissão, assinada por Bolsonaro, do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. O ex-ministro afirmou que Bolsonaro tenta interferir politicamente na PF. O inquérito aberto para investigar as denúncias de Moro tem relatoria do ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal. O depoimento do ex-ministro é esperado para os próximos dias.

Na entrevista à revista, Moro disse que deixou 22 anos de magistratura para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por considerar que teria apoio do governo no combate à corrupção. Apoio que, segundo Moro, ficou na promessa. “Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o projeto anticrime”, afirmou Moro.

Ele disse que, na época da sanção do projeto anticrime, “praticamente implorou” para Bolsonaro vetar a figura do juiz de garantias (juiz que atuaria na fase de instrução do processo, mas não no julgamento). Bolsonaro não vetou. “Recordo que praticamente implorei ao presidente que vetasse a figura do juiz de garantias, mas não fui atendido. É bom ressaltar que o Executivo nunca negociou cargos em troca de apoio, porém mais recentemente observei uma aproximação do governo com alguns políticos com histórico não tão positivo”, continuou o ex-ministro.

Foto: divulgação

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