Por: João Paulo Almeida
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou ontem que o congelamento dos salários de servidores públicos, por um ano e meio, pode segurar o crescimento das folhas de pagamento em até R$ 100 bilhões. A proposta de congelar salários do funcionalismo surgiu como possível contrapartida para o governo federal aprovar um pacote de ajuda a estados e municípios, que perderam arrecadação na crise do coronavírus. O Senado deve votar, até o fim da semana, a inclusão dessa “condição” no pacote.
Em contato com o portal Bahia Econômica, o diretor de comunicação e imprensa da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia Marcos Barreto classificou como inadequada a tentativa do governo de congelar o salario dos servidores por um ano e meio. Segundo o diretor os profissionais da educação não estão em casa por causa da pandemia e estão a sete anos sem reajuste da prefeitura.
“Eu classifico essa decisão como inadequada. Eu acredito que os servidores da educação em Salvador, por exemplo, que é a área que eu atuo, não estão de férias por causa da quarentena. Nós estamos produzindo conteúdo e algumas vezes tendo aulas online. Estamos em reuniões e sempre trabalhando. Além disso as escolas servem de ponto de abrigo para desabrigados da chuva o que faz com que os professores também mantenham suas rotinas de trabalho normal.
O servidor ainda questiona a falta de reajuste por parte da prefeitura. “Nós em Salvador estamos a sete anos sem reajuste da prefeitura. Quem pensa que ser servidor publico é uma festa por que ganha muito está enganado. Conheço varias pessoas do serviço publico que só falam em largar o cargo e voltar para iniciativa privada por que ganha mais do que continuar sem reajuste da prefeitura”, disse.
Na ultima segunda (27), o prefeito de Salvador, ACM Neto, que a crise provocada pelo novo coronavírus fez com que não houvesse reajuste salarial para os servidores públicos municipais. “Por exemplo, eu estava preparado pra anunciar um bom reajuste para os servidores. No encerramento do meu mandato, deixar isso para os servidores seria algo extraordinário. [no entanto] Agora não vai dar, infelizmente a realidade mudou”, afirmou o prefeito.
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