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QUARENTENA FAZ DISPARAR PREÇOS DE ALIMENTOS BÁSICOS

Redação - 27/04/2020 13:00 - Atualizado 27/04/2020

A pandemia do Coronavírus está fazendo baianos pagarem mais caro em alguns produtos. Nos supermercados e feiras livres de Salvador, já é possível notar a elevação do valor de alguns alimentos. Segundo o comerciante Josué Lima, o ovo foi o que mais teve aumento nos últimos dias. “O custo da produção do alimento cresceu muito este ano em comparação com o mesmo período do ano passado”, explicou.

De acordo com Josué Lima, um dos motivos foi a elevação do dólar. “Este fator fez com que uma placa de ovo, com 30 unidades, passasse a ser vendida para os supermercados por R$ 12, dois reais a mais do que no ano passado, quando vendíamos placas de R$ 10”. Já nas feiras, o valor ainda é maior. Consumidor chega pagar R$ 15 por uma placa com 30 ovos.

O comerciante conta que como se não bastasse a demanda naturalmente mais alta, o coronavírus fez com que as pessoas começassem a estocar ovos em casa, contribuindo ainda mais para a procura deste alimento. “Quando as pessoas começam a comprar muito, é preciso reabastecer, mas nem sempre o produtor possui a quantidade necessária do produto. Nesta hora acontece a oferta e a procura”, frisou.

A reportagem da Tribuna da Bahia encontrou a dúzia sendo vendida pelo preço médio de R$ 15 nos mercados da capital. A expectativa do setor é que o valor do ovo caia após a pandemia. Porém os comerciantes e produtores ressaltam que o preço não deve voltar ao patamar antigo, em que era possível comprar 30 ovos por R$ 8. Para a dona de casa Eveline Rocha, 56 anos, ficou mais caro colocar comida na mesa.

“Cada semana que venho ao supermercado, sou surpreendida com os valores dos produtos. Na semana passada conseguia comprar tudo que precisava para dentro de casa com R$ 100, agora com esse valor estou levando quase a metade dos produtos”, contou Eveline. Para os amantes do feijão, também não está muito favorável seu consumo nesta quarentena. Na feira da Sete Portas, o queridinho dos baianos foi encontrado por até R$ 8. “Está cada vez mais difícil consumir todos os produtos da cesta básica. Ou a gente come uma coisa ou come outra. Comer de tudo gostaríamos, está bem complicado agora”, declarou a secretária Larissa Santos.

Já o vendedor do grão, Ariovaldo Oliveira, destacou que o avanço dos preços se deve por causa do aumento da demanda por alimentos. “Pois todas as refeições estão sendo feitas agora em casa, aí houve aumento da estocagem de alimentos por receio de que o vírus se propague ainda mais, podendo causar falta dos produtos”. Em entrevista para o jornal Correio, o presidente da Associação Bahiana de Supermercados (Abase), Joel Feldman, apontou que ovos, leite, feijão, arroz, óleo de soja e açúcar foram os que ficaram mais caros. Segundo ele, as indústrias que produzem essas categorias aumentaram os preços e algumas redes até trabalharam sem fazer ajuste nos valores por um período.

“Agora essas tabelas chegam, os supermercados evitam comprar de empresas que fizeram o aumento, mas em certos produtos foi uma alta simultânea em todos os fornecedores. Produtos como ovos e feijão são de primeira necessidade que não é possível substituir por outro fornecedor como podemos fazer em itens de higiene e perfumaria”, disse.

Foto: Reginaldo Ipê / Tribuna da Bahia

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