Um artigo de três cientistas chineses da Universidade de Pequim investigando a influência da temperatura do ar e da umidade relativa do ar na transmissão do COVID-19, afirmam que a alta temperatura e a alta umidade reduzem significativamente a transmissão da Covid-19, assim como reduziam as taxas de contágio da influenza e SARS.
Segundo o estudo, um aumento de um grau Celsius na temperatura e um aumento de 1% na umidade relativa diminuiriam o contágio em 0,0225 e 0,0158, respectivamente. O estudo conclui que a chegada do verão e da estação das chuvas no hemisfério norte pode reduzir efetivamente a transmissão do COVID-19. E quer mostrar que, se em março a transmissão era maior no Norte, em julho será no Sul.
No caso dos países tropicais, estamos, entrando no outono, onde há redução da temperatura, mas em vários estados do Brasil a temperatura e a umidade são altas o ano todo. No litoral, por exemplo, os índices permanecem baixos em março e julho. Vale salientar, no entanto, que a transmissão de coronavírus pode ser afetada por vários fatores, além das condições climáticas (como temperatura e umidade), como por exemplo: densidade populacional e qualidade dos cuidados médicos. Isso explicaria casos como os de Fortaleza, Manaus e outros.
Os valores são maiores para países temperados e menores para países tropicais em março. Em julho, a chegada do verão e da estação das chuvas no hemisfério norte pode reduzir efetivamente a transmissão do COVID-19. Mas o estudo alerta: “embora nosso artigo sugira que a chegada do verão e da estação chuvosa no hemisfério norte possa reduzir efetivamente a transmissão do COVID-19, é improvável que a pandemia do COVID-19 diminua no verão desde o centro dos EUA, noroeste da China e países do hemisfério sul que ainda têm alta transmissão de coronavírus, como mostra a Figura 3. Portanto, outras medidas, como o distanciamento social, ainda são importantes para bloquear a transmissão do COVID-19.
O estudo, de autoria de Jingyuan Wang, Ke Tang e Kai Feng pode ser acessado aqui.