O preço do barril de petróleo Brent para entrega em junho cai nesta quarta-feira (22) em 15,26% no mercado futuro de Londres, ficando em US$ 16,38, o menor valor desde 1999. Na sessão anterior, o Brent fechou com uma queda acentuada de 25,45%, arrastado pelo excesso de oferta no mercado e pelo colapso também registrado pelo petróleo bruto intermediário do Texas (WTI), referência nos Estados Unidos. Na sessão desta quarta-feira, o Texas também perdeu outros 8,04%, para US$ 10,76. O colapso da demanda devido à crise do COVID-19 e a falta de recursos para armazenar a produção excedente estão afetando o preço do petróleo Texas e do Brent.
Poucos compradores; aumento das reservas
O contrato de barril de WTI para entrega expirou nesta terça-feira (21), o que significou que aqueles que o assinaram tiveram de encontrar compradores físicos. Com o aumento das reservas nos Estados Unidos nas últimas semanas, os produtores foram obrigados a baixar o preço para fazer essa conta fechar, provocando o colapso dos preços na segunda. Na semana passada, a Administração de Informações sobre Energia dos EUA informou que as reservas de petróleo subiram 19,25 milhões de barris, enquanto a demanda recuou 30%.
Mercado pressionado
Embora países produtores tenham concordado em reduzir bombeamento e as maiores petroleiras do mundo também estejam diminuindo produção, os cortes não serão rápidos o suficiente para evitar problemas nas próximas semanas. Nas últimas semanas, o mercado de petróleo tem sido pressionado com o avanço do coronavírus. Bloqueios e restrições de viagens em todo planeta têm um forte impacto na demanda. A crise aumentou depois que a Arábia Saudita, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), iniciou uma guerra de preços com a Rússia, que não integra o cartel.
Os dois países encerraram a disputa no início do mês, quando aceitaram, ao lado de outros parceiros, reduzir a produção em quase 10 milhões de barris diários para estimular os mercados afetados pelo vírus. Ainda assim, os preços continuam em queda. Analistas consideram que os cortes não são suficientes para compensar a forte redução da demanda.
Foto: Gregory Bull, File/AP