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IPEA: 1,6 MILHÃO DE PESSOAS VIVEM LONGE DE CENTROS DE SAÚDE EQUIPADOS

Redação - 22/04/2020 17:10

Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 1,6 milhão de pessoas de baixa renda moram a uma distância maior do que 5 quilômetros de uma unidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) capaz de receber pacientes que desenvolvam síndrome respiratória aguda grave (SRAG) – a manifestação mais severa de covid-19. Essa parcela da população está na faixa acima de 50 anos e pertence ao grupo dos 50% mais pobres.

O número corresponde a 41% da população vulnerável em grandes centros urbanos. O levantamento – realizado nas 20 maiores cidades do Brasil – mostra também que há cerca de 230 mil brasileiros que levariam mais de 30 minutos para chegar a um hospital em casos de emergência. Essas pessoas teriam dificuldade de acessar uma unidade de saúde capaz de fazer triagem ou encaminhar casos graves de covid-19 para internação.

Para o técnico de planejamento e pesquisador da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (Dirur) do Ipea, Rafael Pereira, que coordenou o estudo, essas duas análises trazem informações que podem ser úteis às prefeituras, já que apontam no mapa os bairros dessas cidades onde as pessoas têm maior dificuldade de acessar o SUS. “Esses são os bairros que, de maneira mais prioritária, as prefeituras podem se concentrar em ações para fornecer atendimento pré-hospitalar, por exemplo, com serviços de ambulância ou mesmo com equipes de agentes comunitários de saúde para fazer o atendimento domiciliar”, sugeriu.

Pereira apontou ainda que a pesquisa também pode orientar os locais para a construção de hospitais de campanha, para aumentar, de maneira mais eficaz, a capilaridade e o alcance da rede de saúde.

Segundo o pesquisador, nessa faixa de renda as pessoas são muito mais dependentes do SUS e, dificilmente, podem utilizar o sistema de saúde privado. “Em geral, as pessoas de baixa renda moram em regiões mais afastadas, com menos oferta dos serviços de transporte e de saúde. Vários estudos no Brasil e no exterior têm mostrado que, para pessoas acima de 50 anos, a manifestação do novo coronavírus tende a ser mais agressiva e a piorar para uma infecção mais grave”, afirmou. (Agência Brasil)

 

 

Foto: Marcello-Casal-Agência-Brasil

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