O isolamento social não precisa ser abandonado e pode ser conciliado com a preservação da atividade econômica, disse nessa segunda-feira (20) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em videoconferência com investidores, ele se disse otimista com a recuperação da produção e do consumo e ressaltou que não faltará dinheiro para a saúde durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
“A economia está com mais força do que se está pensando, porque ela já estava começando a se mover. E, se nós preservamos os sinais vitais da economia, não significa sair do isolamento. Temos de pensar nisso também. São duas dimensões”, disse Guedes.
Na avaliação de Guedes, um dos sinais de que a recuperação econômica é viável está na manutenção das exportações para a China, nosso maior parceiro comercial e principal destino dos produtos brasileiros. “Não sabia que seria uma pandemia, mas vale observar que até o momento não há queda nas exportações”, disse.
Ainda segundo o ministro, não faltará dinheiro para a saúde enquanto durar a pandemia, mas, para isso, Guedes afirmou que o governo terá de acelerar as reformas estruturais – como a tributária, do pacto federativo e a administrativa – para criar um ambiente mais favorável ao investimento privado. Ele pediu que, a partir do segundo semestre, o Congresso aprove mecanismos para reequilibrar as contas públicas e prometeu acelerar o programa de privatizações para reduzir o endividamento do governo com as políticas emergenciais.
“A velocidade de escape desse buraco negro dependerá do prosseguimento das reformas. Se não acelerar com as reformas estruturantes, não teremos apenas um ano de pesadelo”, declarou.
O ministro participou de uma videoconferência promovida pelo banco de investimentos BTG. A conversa foi conduzida pelo seu antecessor, o ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que hoje é CEO (presidente-executivo) da instituição financeira.
Foto: José Cruz/Agência Brasil