Os estados do Nordeste vão atuar em bloco nas negociações para a venda da participação da Petrobras na Gaspetro adotando posição conjunta em relação ao assunto. A resolução, assinada em fevereiro pelo governador Rui Costa, que preside o Consórcio dos Estados do Nordeste, foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 17 de abril.
A resolução é importante, pois a Petrobras já fez anúncio público da intenção de vender sua participação na Gaspetro que é sócia nas empresas de Distribuição de Gás nos estados nordestinos e a negociação direta com cada estado poderia fragilizar os entes federativos e ter impacto na governança das empresas. Na Bahia, por exemplo, a Bahiagás tem a Petrobras como sócia via Gaspetro e se a participação da estatal fosse vendida ao setor privado, que já tem participação na empresa, isso poderia acarretar mudanças inclusive no perfil acionário.
O portal Bahia Econômica ouviu o secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, sobre o assunto que afirmou ser a distribuição de gás é um monopólio estatal previsto em lei e que o consórcio agiu no sentido de defender as posições de cada estado de maneira comum.
“Os estados do Nordeste perceberam que trabalhando em conjunto passam a deter maior poder de mercado e podem dessa forma proteger os interesses de cada ente federativo na negociação com a Petrobras”, disse o secretário. Os estados consorciados atribuiram ao Consórcio Nordeste mandato com poderes para representa-los conjuntamente perante a Petrobras e a Gaspetro e também frente a organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais.
O Bahia Econômica apurou que a venda direta da participação da Petrobras na Gaspetro poderia beneficiar empresas privadas, como a Mitsiu do Brasil, que possui participação em várias empresas distribuidoras de gás, inclusive a Bahiagás. Os estados nordestinos passam agora a negociar em bloco, tanto com a estatal quanto com as empresas privadas interessadas no negócio do gás.