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INCERTEZA É MAIOR DESAFIO DA ECONOMIA NA PANDEMIA, DIZ ECONOMISTA

Redação - 13/04/2020 09:15 - Atualizado 13/04/2020

A incerteza de até quando vai durar a pandemia do coronavírus e, consequentemente, o isolamento social, é a principal ameaça hoje para os empresários. Essa é a avaliação do economista ligado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomercio), Guilherme Dietze. Em entrevista à Tribuna, o especialista afirma que não é possível no momento fazer projeções para o futuro porque as estimativas para o tempo de duração da crise ainda são difusas. “Quando o empresário pelo menos tem uma noção de um horizonte negativo, ele consegue montar sua estratégia. O problema é que o horizonte é incerto. Ele não sabe se serão três semanas de fechamento ou quatro meses. Então, a incerteza é o que cria toda a instabilidade, a cautela, a não fazer nenhum movimento. Por isso tanto as famílias, quanto os empresários, não estão fazendo nenhum movimento porque ninguém sabe qual será o período”, avalia. Para ele, o ano de 2020 já está perdido economicamente e a economia só voltará a crescer a partir de 2022.

Dietze afirma que o esforço para reconstruir o país passará pelas medidas que serão implementadas pelo Governo Federal, como a desburocratização da economia, e também pelos passos adotados pelo empresariado, como a renegociação de dívidas. Ele lembra que, a Bahia, que já sofre com o desemprego e com a renda média baixa, terá um desafio redobrado durante a crise. Ele também avaliou as perdas acarretadas pelo cancelamento dos festejos juninos no Estado: “Fiz um cálculo do impacto no comércio varejista do estado e em setores que são mais ligados a oferta, como vestuário, roupas, calçados e acessórios. Na segunda quinzena de junho, a estimativa de perda é de R$ 275 milhões. Uma queda de renda de 23% em relação ao igual período de 2019. De fato, isso é um valor subestimado, porque estamos falando desse setor varejista. Mas tem todo o setor de serviços, principalmente ligado ao turismo, a pessoa que aluga um carro, faz reserva na pousada e vai comprar artesanato. Esse turista vai deixar de fazer a sua viagem e os moradores locais não poderão fazer suas compras para fazer toda a festa, decoração e estrutura. Então, todo impacto será na casa dos bilhões de reais”, disse.

Foto: divulgação

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