O adiamento das Olimpíadas de Tóquio de 2020 para 2021 gerou um prejuízo de “centenas de milhões de dólares” para o Comitê Olímpico Internacional. E o rombo poderia ser maior se o COI não tivesse um seguro pomposo que lhe renderá até R$ 10,1 bilhões (US$ 2 bilhões). Quem relatou o tema foi o presidente da entidade, Tomas Bach. “Para nós, o COI, já está claro que teremos centenas de milhões de dólares em custos adicionais”, disse o alemão em entrevista ao Welt, jornal germânico.
Campeão olímpico de esgrima nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, Tomas Bach celebrou o seguro feito pelo COI, mas lembrou que ele só cobre o cancelamento das Olimpíadas, mas não garante apoio nas novas datas (23 de julho a 8 de agosto de 2021). “O seguro do COI cobre o cancelamento, mas não o adiamento. O adiamento exigia um acordo com comitê organizador, que precisava estar preparado para seguir por mais um ano”, e o governo japonês também precisava estar disposto a continuar apoiando os preparativos.
Os órgãos governamentais japoneses e organizadores locais afirmam que o custo das Olimpíadas de Tóquio era da ordem de US$ 12,6 bilhões (R$ 64,1 bilhões). Contudo, uma auditoria do governo reportou em dezembro do ano passado que havia chegado a US$ 28 bilhões (R$ 142,5 bilhões). Há sempre um debate sobre o que é custo olímpico e o que deve ficar fora dessa conta. Quando Tóquio venceu como cidade-sede em 2013, estimou os gastos em até US$ 7,3 bilhões (R$ 37,1 bilhões).
O COI contribuiu com US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bilhões), uma pequena fração quando se pensa no total. A entidade máxima do desporto internacional teve ganhos em torno de US$ 5,7 bilhões (R$ 29 bilhões) no último ciclo de 2013 a 2016. Quase três quartos disso vêm de direitos de transmissão. Outros 18% vêm de patrocinadores.
Até o adiamento, o ganho financeiro previsto pelo COI com as Olimpíadas no Japão estava estimado em R$ 25,4 bilhões (US$ 5 bilhões). Para efeito de comparação, em sua prestação de contas dos Jogos Rio 2016 a entidade arrecadou US$ 3,7 bilhões.
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