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BRAGA NETTO VIRA ALVO DO ‘GABINETE DO ÓDIO’

Redação - 07/04/2020 14:50

O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, passou a ser tratado nos meios militares como uma espécie de “interventor” do Palácio do Planalto. O general do Exército passou a comandar o comitê de crise e coordenar as ações do governo sobre o coronavírus na semana passada.

Após reclamações do presidente Jair Bolsonaro sobre o protagonismo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Braga Netto não apenas transferiu as entrevistas a respeito da pandemia para o Planalto como foi um dos que convenceram o chefe a não demiti-lo. As informações são do Estadão.

Os militares do governo avaliam que a dispensa de Mandetta, neste momento, fortaleceria governadores que travam uma queda de braço com Bolsonaro, como João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio). Nesse cenário, o chefe da Casa Civil assumiu sua função de gerente do governo, que atua com mão de ferro para proteger Bolsonaro. “Braga Netto é o homem certo, no lugar certo, na hora certa”, disse ao Estadão o vice-presidente, Hamilton Mourão, que é diversas vezes criticado nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A ala ideológica do governo e o chamado “gabinete do ódio”, comandado por Carlos, filho “zero dois” do presidente, desaprovam o poder concedido aos militares na equipe e, agora, na administração da crise. Braga Netto, no entanto, diz não se aborrecer com os ataques e continua dando ordens aos colegas, até mesmo em bilhetinhos que passa para ministros durante entrevistas no Planalto.

Mourão saiu novamente em defesa do general.“Ele não está enquadrando ninguém, mas apenas fazendo a verdadeira governança. Assim ,a Casa Civil passa a atuar como um verdadeiro centro de governo”, resumiu o vice. “Braga Neto está fazendo o que sabemos: colocar ordem na casa, coordenando as ações ministeriais, de modo que haja sinergia, cooperação e,como consequência, os esforços do governo sejam mais eficazes.”

A organização da Casa Civil,segundo Mourão, tem como meta estabelecer “um sistema de comando e controle que permita ao presidente tomar decisões”.

Na semana passada começaram a circular rumores de que Braga Netto seria o nome escolhido por uma Junta Militar para assumir o comando do País, deixando Bolsonaro como “rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa. A versão começou a ganhar força no fim de semana nas redes sociais, a ponto de usuários alterarem o dicionário online colaborativo Wikipédia para apontar o general como o 39o. presidente do Brasil – a mudança foi desfeita assim que o site identificou.

 

Foto: Sergio Lima / AFP

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