O governo de São Paulo ampliou a quarentena no estado a partir desta quarta-feira (8) até o dia 22 de abril. A medida segue sem flexibilizações, e foi tomada para conter o avanço do coronavírus no estado. A determinação será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (7). “Sim, a prorrogação da quarentena será feita em São Paulo por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, quinze dias, portanto, em todo o estado, pelo conjunto de razões que já foram claramente expostas”, afirmou João Doria.
Ele ainda afirmou que os prefeitos têm a obrigação de seguir a orientação e usar o “poder de polícia em caso de desobediência”. “Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade ou área do estado de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir”, afirmou. “Isso é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida. Ela deve ser seguida por todos os municípios do estado”, completou.
Antes do anúncio da ampliação da quarentena, o secretário estadual de Saúde, José Henrique German, e o coordenador de testes de coronavírus, Dimas Tadeu Covas, afirmaram que sem a adoção de medidas de isolamento social, como a suspensão de aulas e a recomendação de que a população fique em casa, o cenário previsto seria de 5 mil mortes no estado até o dia 13.
“Sem essas medidas que temos tomado, no sentido de fazer um isolamento das pessoas, pelos cálculos, seriam 10 vezes mais casos do que os 4600″, afirmou Henrique German. Dimas Covas também defendeu a necessidade do isolamento social. “Neste momento, nós precisamos da adesão das pessoas. Precisamos elevar, mostrar que a redução está funcionando em níveis superiores a 70%”, destacou.
A coletiva de imprensa desta segunda teve a presença do infectologista David Uip, que retornou dos 14 dias de isolamento, após ter contraído a doença. Uip reassumiu a coordenação do Centro de Contingência do Coronavírus. Antes dos anúncios, ele pediu a palavra ao governador e fez um relato sobre seu enfrentamento da doença. “Eu agradeço à Deus por estar aqui vivo, segundo à minha família, especialmente à Tereza, meus filhos, netos e genro pela solidariedade.”
Ele ainda comentou sobre os dias em que precisou ficar em isolamento total. “É de extremo sofrimento. Eu tive que me reinventar. Tive que criar um Davi novo, seguramente mais humilde, e sabendo os limites da vida”. Uip também afirmou que voltará atender pacientes e fez um alerta a quem subestima a doença. “Não é brincadeira. Por favor, aqueles que estão subestimando, achando que não é nada, ou que é pouco, eu desejo ardentemente que não adoeçam. É um sofrimento muito grande.”
Foto: divulgação